Orgulhosamente, sei que tenho leitores da minha coluna em vários lugares desse mundão de Deus, mas hoje gostaria de dizer aos meus leitores de Miami que, depois de 8 anos nessa cidade, estou me mudando para a Califórnia! Miami e todos os amigos que fiz aqui, entram definitivamente para a história da minha vida. Foram anos de aprendizado, crescimento espiritual e profissional e tenho muito a agradecer. Mas tenho alma cigana, herdei do meu falecido e amado pai esse gosto pela aventura, pelo novo e desconhecido e jamais me sentaria numa zona de conforto, pois sempre tenho novos sonhos, e esses sonhos são a vela que fazem meu barco partir sempre, mar aberto rumo ao desconhecido.
O principal motivo dessa mudança foi amor, mas a ele posso somar a conquista de um novo mercado e alguns contratos com grandes galerias de arte na Califórnia e Arizona.
Fizemos a mudança durante o Art Basel, ao mesmo tempo estava terminando um mural imenso em Brickell Key, finalizando obras de arte para um compositor de New Jersey e organizando minha última exposição solo no meu quartel general CG Loft.
Posso dizer que tudo foi feito da maneira mais prazeirosa possível e, semana passada, partimos em direção a Temécula, uma cidadezinha linda no sul da Califórnia. Foram cinco dias na estrada, levando num grande caminhão toda uma vida, sim, quando parávamos para dormir eu olhava o caminhão e pensava: tudo que construí e criei nesses anos de América está aí, dentro desse enorme baú! Obviamente, não me refiro só aos bens materiais, mas toda a carga emocional, lembranças e histórias contidas em cada tela enrolada, cada cadeira renovada e aquelas caixinhas antigas de prata que guardam muito mais que cartões de visita. Depois de cruzar os estados de Alabama, Mississipi, Louisiana, Texas e New México, finalmente chegamos ao nosso novo lar e me senti como uma caçadora de ouro dos tempos do Velho Oeste, cheia de energia para começar a garimpar por essas bandas.
Aproveitei o tempo da viagem para ler e pesquisar sobre artistas e tudo que anda acontecendo no eletrizante e bilionário mercado de arte. Com certeza, na próxima coluna vou escrever sobre os seis maiores artistas vivos, embora deteste essas listas, mas somando opniões de galeristas, críticos de arte, historiadores, artistas e diretores de galerias foi possível delinear um perfil de quem realmente reina no momento. Estejam atentos para a próxima coluna. Hoje, o tema da coluna é mais existencial, eu me arrisco a dizer.
Acredito piamente que ninguém pertence a lugar nenhum e nenhum lugar pertence a ninguém, portanto, gostaria de deixar uma mensagem bacana para vocês. É exatamente no final de ano, quando todos ficam mais emotivos com a proximidade das festas que foram feitas para se compartilhar com familiares e entes queridos, mas que, em muitos casos e para muitos não é possível, que fazemos um balanço do rumo das nossas vidas.
Portanto, não tenha medo de mudanças! A mesma estrada que te leva pode te trazer de volta (eu mesma morei na Califórnia durante meus seis primeiros anos de América). Nada nesse mundo pode ser responsável por você não ter ao menos tentado, pois o que “levamos dessa vida é a vida que levamos”!
Vou continuar escrevendo minha coluna para o Gazeta e, portanto, continuar com vocês sempre, seja aqui pela coluna ou pelas inúmeras vezes que voltarei a Miami!
Com o coração cheio de gratidão pelas oportunidades que Deus colocou na minha vida, e por vocês, meus amigos queridos, desejo um Feliz Natal e um Ano Novo cheio de oportunidades e coragem para usá-las! Beijos e much love!