Barreiras limitam exportações aos EUA, diz embaixada em Washington

Por Gazeta Admininstrator

Um relatório da embaixada brasileira em Washington sobre as barreiras comerciais adotadas pelo governo americano diz que as exportações brasileiras para o país poderiam crescer muito mais se o mercado fosse mais aberto aos produtos nacionais.
Os produtos que têm mais barreiras no mercado americano são açúcar, soja, algodão, milho, camarão, carnes, tabaco, suco de laranja e etanol.

De acordo com o relatório, a tarifa média nominal dos 20 produtos mais exportados pelos Estados Unidos para o mundo no ano passado é de 11,66%. Já os 20 produtos brasileiros mais exportados para o mundo têm uma tarifa média, nos Estados Unidos, de 23,73%.

Somente com dispositivos anti-dumping e direitos compensatórios contra produtos brasileiros o Brasil perdeu US$ 2 bilhões entre 1991 e 2001.

Maior mercado

Apesar das barreiras, os Estados Unidos são o maior mercado externo para produtos brasileiros, superado apenas pelo conjunto dos países da União Européia.

Considerando apenas os produtos manufaturados, os Estados Unidos representaram 28,2% do total exportado em 2004, enquanto a União Européia recebeu 18,7% desses produtos no ano passado.

A participação brasileira entre os produtos importados pelos Estados Unidos cresceu no ano passado – de 1,42% para 1,43% do total – mas o número ainda é inferior à participação de 2,2% que o Brasil tinha em 1995.

Se essa participação fosse mantida, as exportações brasileiras para o país somariam US$ 32 bilhões. Na realidade, foram de US$ 21,15 bilhões, com um saldo comercial de US$ 7,3 bilhões.

A embaixada não fez o cálculo do potencial total de exportações perdidas, porque alguns produtos sempre foram proibidos, como a carne brasileira.

Já para outros produtos, como açúcar, o cálculo é que o volume atual de exportações, de US$ 50 milhões, é apenas 10% do que era no início dos anos 80, antes do sistema de quotas. Antes da adoção das quotas, os Estados Unidos importavam 55% do açúcar consumido no país. Agora importam apenas 12%.

O único produto que entrou neste ano na lista elaborada pela embaixada foi o camarão. O governo americano entrou com um processo anti-dumping contra o camarão brasileiro, criado em cativeiro com um custo muito menor do que o americano, pescado em alto-mar.