Barrichello não retira críticas contra Schumacher

Por Gazeta Admininstrator

A Ferrari imaginou uma quinta-feira de panos quentes em Nurburgring. Não foi bem assim.

Quatro dias após a primeira discussão pública com Michael Schumacher, Rubens Barrichello mostrou que ainda não digeriu o incidente e manteve as críticas ao companheiro de time.

Mas fez uma concessão ao analisar o motivo de todo o imbróglio, a ultrapassagem que levou na última volta do GP de Mônaco: "Posso ter sido um pouco lento no pensamento por achar que ele não fosse me passar."

Separados por um intervalo de três horas, Schumacher e Barrichello concederam entrevistas no circuito alemão, que nesta sexta-feira recebe os primeiros treinos para o GP da Europa, sétima etapa do Mundial de F-1. E ambos lançaram farpas.

O primeiro a falar foi o heptacampeão. Questionado sobre o caso, deixou escapar certa ironia.

"É verdade, eu o ultrapassei sim. Mas o Rubens estava de cabeça quente naquele momento. Eu entendo, é até algo normal. Depois de um GP você está cansado, cheio de emoções... Além disso, ele é brasileiro, então é um pouco mais temperamental."

Barrichello rebateu. "Não concordo com essa opinião. Os latinos têm um modo de reagir querendo decidir tudo rápido. Mas o que eu falei naquela hora eu repito agora. Não foi questão de ser temperamental ou não. Se nós somos temperamentais, os italianos também são", declarou.

Segundo o brasileiro, Schumacher "não levou a sério" a filosofia da Ferrari de sempre marcar o máximo possível de pontos.

"E, se achei errado, tenho que falar. A Ferrari sabe que não sou um Eddie Irvine, que aceita tudo", disse, referindo-se a seu antecessor no time e velho desafeto.

Na seqüência, analisando a manobra, admitiu um possível vacilo, a "lentidão de pensamento". Porém emendou: "Mas ele também usou da malandragem."

No último domingo, na última volta do GP de Mônaco, o heptacampeão, então oitavo colocado, aproveitou a proximidade entre Barrichello, sétimo, e Ralf Schumacher, sexto, e ultrapassou o companheiro. A investida aconteceu na chicane da saída do túnel, a 1 km da linha de chegada, e deixou o brasileiro revoltado.

Ralf, na ocasião, também reclamou do comportamento do irmão mais velho. Ontem, porém, contemporizou. "Eu e o Michael já conversamos e não temos mais nada para falar sobre o assunto."