Bate papo com o diretor Jesse Peretz da comédia dramática Juliet, Naked

Por JANA NASCIMENTO NAGASE

Os atores Ethan Hawke, Rose Byrne e Chris O'Down em cena do Juliet, Naked. (Alex Bailey para Lionsgate & Roadside Attractions)
Jesse – eu ter feito parte de uma banda me ajudou a ter uma compreensão mais específica de quem era Tucker antes de desistir de tudo. Senti, que de alguma forma, eu tinha uma grande compreensão de como era a vida que ele deixou pra trás. Jana – Eu acho que Ethan Hawke está perfeito como Tucker Crowe. Como ele se envolveu no filme? Jesse – Eu e o produtores dizíamos que Tucker Crowe era uma mistura entre Ethan Hawke e Jeff Bridges e entre suas idades. Mas Tucker (a personagem) é dez anos mais velho que Ethan (na vida real). Quando eu soube que Ethan tinha lido o roteiro e estava interessado no papel, eu também achei que ele deveria interpretá-lo. Como a personagem tinha 60 anos e pensávamos em buscar alguém com essa idade... eu tive que mudar essa ideia, porque Ethan foi feito para interpretar Tucker. Ethan também nos ajudou muito no processo de reescrever alguns pontos da personagem, deixando-o mais malandro, experiente. Jana – E a atriz Rose Byrne, você tinha ela em mente desde o começo? Jesse – Rose já sabia que esse projeto estava acontecendo mesmo antes de eu me envolver. Ela ama o livro. Rose é uma atriz bem equilibrada e achava que ela era bonita demais para interpretar Annie. Era  muito importante que Annie fosse uma pessoa simples, normal. Então, eu conversei com ela por uma hora e meia e sua percepção sobre a personagem e o romance eram tão verdadeiras e conectadas. Jana – O relacionamento entre Tucker e Annie começou com trocas de emails e mensagens de texto. Foi desafiador criar essas cenas interessantes e envolventes? Jesse – Foi um pouco complicado. No livro, temos isso e está ótimo, mas confesso que fiquei um pouco nervoso. Pensamos em colocar uma narração durante as cenas e também em acelerar a história. Mas o mais bacana no romance é duas pessoas compartilhando fatos sobre suas vidas, criando um vínculo forte e se apaixonando sem ter se encontrado. Então apostamos que quem estivesse vendo o filme, sentiriam essas duas personagens se aproximando, através da escrita. Jana – A música é uma parte importante do filme. Como foi o processo de escolher as faixas corretas? Jesse – Pedimos para 75 compositores que escrevessem músicas dizendo que não poderíamos prometer usá-las, mas se usássemos a música, pagaríamos e, se não usássemos, eles teriam uma nova canção. Foi um processo assustador e nós entregamos a essas pessoas uma biografia e referências sobre a história. Recebemos muita música boa e escolhemos o que você viu no filme, com as melhores.