O departamento de Imigração reali-zou, em abril, 332 prisões de imigrantes indocumentados na Flórida. Deste total, 32 eram procurados pela polícia por algum delito. O número, considerado elevado pelas entidades de defesa dos direitos dos imigrantes, gerou reações e especulações.
Agora, ativistas pró-imigrantes afirmam que o Departamento de Segurança Interna (DHS), teria solicitado ao Departamento de Imigração e Aduanas (ICE), em Miami, que efetue mais 300 prisões nas próximas semanas.
De acordo com o jornal El Nuevo Herald, a porta-voz do ICE em Miami, Bárbara González, cosultada sobre o assunto, não teria desmentido nem confirmado a informação.
“Os agentes do ICE conduzem operações de detenções em cidades de todo o País, todos os dias. Aqueles que violam as leis não devem ficar surpresos se forem presos”, disse a porta-voz.
As operações do Departamento de Imigração têm gerado uma mistura de pânico e indignação. Pânico por parte dos indocumentados, e indignação por parte dos ativistas defensores dos imigrantes. Para estes, o ICE tem utilizado força excessiva em suas operações. “Há uma febre de detenções. Estão querendo fazer número e prendendo todos que podem”, disse Oscar Álvarez, assistente legal do Centro de Defesa do Imigrante na Flórida (FIAC).
Na avaliação da diretora do Instituto de Direitos Humanos da Universidade St. Thomas, Christine Luis Reis, “a verdade é que é mais difícil encontrar criminosos” e, por isso, segundo ela, o ICE estaria buscando outras pessoas.
Ela aconselha a seus clientes que, pelo menos, neste momento, aqueles indocumentados que têm condições de pedir sua residência legal, não o façam. “Uma vez que apresentem a solicitação, o ICE poderá encontrá-los e não terão nenhuma proteção. Neste momento, apresentar tais pedidos piora mais do que ajuda”, disse a advogada.
Álvarez acrescentou que seu escritório tem recebido reclamações de imigrantes que afirmam que os agentes do ICE têm usado força desnecessária ao detê-los. “Temos queixas de maus tratos, abuso verbal e uso de força excessiva”, disse.
Alexsa Alonzo, supervisora de detenções no Centro de Defesa do Imigrante, orienta que, caso um indocumentado tenha uma agente do ICE à sua porta, não o dei-xe entrar. “Se os agentes vão à sua casa, é melhor que não abram a porta, porque uma vez que entrem, poderão fazer perguntas e levar detidas mais pessoas”, orientou.
1° de maio
Embora não seja comemorado nos Estados Unidos, o Dia do Trabalho tornou-se uma data importante para os imigrantes nos Estados Unidos.
Grupos de defesa dos imigrantes, em todo o País, se reuniram em manifestações públicas e outros eventos pedindo uma reforma imigratória e o fim das “batidas” do ICE. “Estão utilizando recursos limitados para criminalizar os trabalhadores deste país, que são as pessoas que estão ajudando a empurrar a economia deste País, disse María Rodríguez, presidente da Coalisão de Imigrantes da Flórida.
As manifestações deste ano não chegaram, e não pretendiam chegar perto do número de imigrantes reunido há dois anos, quando centenas de milhares de pessoas ocuparam as ruas de Los Angeles a New York e Miami, em defesa de uma nova lei de imigração.
Diante do “baixo astral” por causa das “batidas” de imigração e da recessão, o objetivo, este ano, foi melhorar o humor dos participantes. Manifestações aconteceram também no sábado, com a apresentação de performances, teatro e músicas folclóricas.
