Bebel Gilberto traz seus sucessos ao Brazilian Beat 2016

Por Gene de Souza

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Considerada a maior comemoração da independência do Brasil na Flórida, a quinta edição anual do “Brazilian Beat” será realizada na sábado, dia 10 de setembro, a partir das 6pm, no Mizner Park Amphitheater (590 Plaza Real), em Boca Raton.

O evento gratuito é uma coprodução da prefeitura de Boca Raton com a Rhythm Foundation, entidade cultural que produz o melhor da música internacional há quase 30 anos. O público poderá desfrutar de shows espetaculares com Bebel Gilberto e Batuke Samba Funk no palco principal, e mais atrações como zumba, rodas de capoeira, batucadas e desfiles da escola SambaLá, além de deliciosa comida brasileira.

A atração principal será a cantora de fama global, Bebel Gilberto. Filha do lendário João Gilberto com a cantora Miúcha, Bebel começou compondo nos anos 80 com Cazuza, incluindo clássicos como “Eu preciso dizer que te amo” e “Mais feliz”. Sua carreira tomou proporções globais no ano 2000, com o sucesso de “Tanto Tempo”. Com cada novo lançamento, ela foi conquistando mais fãs e vendendo mais de 2,5 milhões de discos, maior número para uma artista brasileira desde os anos 60.

Conversei com a Bebel desde seu apartamento, em Manhattan, sobre o show, sua carreira, seus pais, projetos e muito mais. Confira a entrevista!

Gene de Souza - Como será seu show no Brazilian Beat 2016, em Boca Raton? Bebel Gilberto - Vou fazer um show bem alegre, bem solto, com muitas músicas, desde “Tanto Tempo” (2000) até o mais recente álbum “Tudo”. O show é muito bonito, com arranjos acústicos, e vem da alma mesmo.

Gene - Será a quinta edição do Brazilian Beat, a maior comemoração da independência na Flórida. Bebel - Acho isso muito bacana. Estou realmente honrada de fazer esse show. Vou fazer algo bem especial mesmo. Vai ser divertido para todos, para as famílias, para as crianças e para os casais – um show romântico e bem divertido também.

Gene - Você já cantou no sul da Flórida várias vezes. Alguma recordação especial? Bebel - Adoro a praia. A primeira vez que vi o mar do Caribe foi quando vim aqui, em 1994, com minha banda. Depois disso, viemos muitas vezes e ficamos em hotéis maravilhosos em Miami e Miami Beach. Me lembro dos teatros, muito lindos, belas memórias. Agora estou ansiosa para conhecer Boca Raton.

Gene - Qual a sua primeira memória de cantar? Bebel - Fiz uma prova para “voice over” quando era bem pequena. Não sabia ler ainda, então tive que decorar toda a letra e melodia. Acho que tinha uns 4 ou 5 anos. Eu nasci aqui nos EUA, vivi no México, e depois no Brasil, então tinha as línguas misturadas na minha cabeça. Mais tarde aprendi a ler e escrever em cada língua.

Gene - Quais as suas canções favoritas de cantar ? Bebel - “Samba da Benção” de Vinicius de Moraes sempre, e “So Nice (Summer Samba)” de Marcos Valle, mas também adoro as músicas novas. Estou cantando uma versão de “Creep” do Radio Head, e também “Undiú” do meu pai, que acho que vou gravar.

Gene - Qual foi a sensação de ser indicada ao Grammy pela canção “Tudo”? Bebel - Foi uma sensação muito boa! Infelizmente eu não ganhei, mas sinto como se tivesse ganhado. Talvez quando tenha 70 anos, vou ganhar. Já tenho sete indicações , não é o maximo!?

Gene - Qual a sua maior vitória profissional? Bebel - Ainda estar aqui depois de todos esses anos.

Gene - Qual sua música favorita de escutar no carro ou cantar no chuveiro? Bebel - Vai mudando... mas adoro a Mart’nalia. Ela esteve aqui em Nova York e estamos compondo juntas. Geralmente, canto músicas antigas. Ultimamente tenho cantado “Rapte-me Camaleoa”, de Caetano Veloso. Ele esteve aqui em casa e lhe disse como eu amo essa música.

Gene - Como chega a inspiração para você? Bebel - Chega a qualquer hora, mas não sempre. Geralmente, para mim uma caminhada na praia ajuda. Acho impossível não pensar em alguma ideia, alguma melodia, quando estou caminhando na beira da água.

Gene - Você vem de uma família musical. Alguma lembrança especial de ser criada por João Gilberto e Miúcha? Bebel - Eu me lembro de muita música e muita risada. Os dois sempre tiveram um ótimo senso de humor. Os dois são grandes artistas que tiveram carreiras bem sucedidas, e que também acreditam na família. Mas aí ficou complicado. Não foi fácil. Mas eu sempre serei a filhinha deles, mesmo com 50 anos, sou a Bebel.

Gene - O que gosta de fazer quando não está trabalhando ? Bebel - Eu vou para o mar! Adoro uma praia. Tenho ido a Tulum, no México, ao Rio de Janeiro, pra Bahia. Também adoro meu apartamento em Nova York. Adoro as minhas plantas, eu cozinho, malho, sabe? As coisas simples...

Gene - Que projetos você está trabalhando? O que vem por aí? Bebel - Estou compondo músicas com gente diferente, como a Mart’nalia, que lhe falei. Fiquei muito inspirada nas últimas viagems. Não posso revelar muito agora, mas aguardem. Antes do final do ano tem novidade!

Gene - Que conselho você daria para alguém começando na música agora? Bebel - Eu diria que a coisa mais importante é manter o foco e a calma. Eu sou a rainha da distração, então é importante seguir o seu caminho. Muita disciplina, sacrifício e talvez algumas coisas que você não queira fazer. Não é facil, é difícil, mas você tem que se entregar 100%.

Para mais informações sobre o Brazilian Beat 2016, acesse DowntownBoca.Org.