Beijar é bom e faz bem à saúde!

Por Gazeta Admininstrator

O beijo - tema de boleros, fotos inesquecíveis e cenas apaixonadas no cinema - é a melhor terapia, principalmente para superar a depressão, revelou uma organização britânica.

O beijo “estimula a parte do cérebro que libera endorfina na corrente sangüínea, criando uma sensação de bem-estar”, destacou a principal agência de terapia sexual britânica, Relate, com sede em Londres, e que no ano passado atendeu mais de 150 mil pessoas no Reino Unido para ajudá-los em suas relações de casal.
A endorfina é o estimulante natural do organismo, cuja liberação no cérebro causa sensação de prazer, agindo como antídoto para a depressão.
Lembrando que os benefícios da liberação de endorfina provocada por um beijo já foram tema de incontáveis documentos científicos, a organização britânica faz um apelo para que as pessoas se beijem mais, para combater o desânimo que acomete muitas pessoas em momentos ou datas difíceis.
Estudos anteriores demonstram que os casais no Reino Unido não dedicam muito tempo ao beijo, pois seu cotidiano é cada vez mais dedicado ao trabalho, informou a Relate, especializada em terapia sexual e assessoria psicológica a casais.
A situação de brasileiros que imigraram para os Estados Unidos não é muito diferente da dos britânicos. É comum a reclamação de falta de tempo para atividades de lazer e, muitas vezes, para dedicar à própria família e vida pessoal. A psicóloga brasileira Katja Johnson confirma que qualquer fator que leve ao impedimento do desenvolvimento das relações afetivas pode contribuir para um desequilíbrio no plano emocional. “Relacionamentos sadios, a prática de dar e receber afeto, e de estar aberto a isso ajudam o ser humano a ser mais equilibrado e ter mais força emocional”, comenta a psicóloga.
Ela acrescenta que inúmeros estudos já comprovaram que uma das coisas mais importantes no dia-a-dia para se ter saúde mental forte e boa, é ter relacionamentos sadios, recebendo e dando afeto o que, naturalmente, inclui na relação a dois, o beijo. “Faz sentido dizer que o beijo de uma pessoa que demonstre carinho pelo outro ajude a quem sofra de depressão ou passe por momentos difíceis. Quando se está mais fraco afetiva e emocionalmente, a depressão pode aparecer de maneira mais forte”, confirma.
Ela alerta, no entanto, que depressão é uma doença que afeta milhões de pessoas no mundo inteiro, independentemente de cultura, sexo ou religião, e que não deve ser confundida com uma simples tristeza ou “baixo astral”. “Muitas vezes a depresssão clínica tem a ver com neuro transmissores do cérebro que estão desequilibrados, e certas coisas como exercício e relacionamentos com entes queridos ajudam a comatê-la. As pessoas mais isoladas sofrem mais”, explica.

Beijo francês - Em um do-cumento intitulado “O beijo francês [“french kiss”,
Beijo de língua] num dia cinzento”, a organização enfatiza que os beijos que trazem mais benefícios para a saúde e para combater a tristeza não são aqueles em que só os lábios se tocam, sem muita paixão ou emoção.
Quanto mais “excitantes” e apaixonados são os beijos, “mais adrenalina é liberada no sangue” e maiores são os benefícios para a saúde, garante a organização britânica.
A sexóloga britânica Denise Knowles, que trabalha como assessora de terapia sexual da Relate, afirma que os benefícios para a saúde de um beijo apaixonado ocorrem porque uma forte liberação de adrenalina causa aumento da pressão arterial e do ritmo cardíaco.
Por este motivo, Knowles lamenta que o beijo seja freqüentemente relegado nas relações amorosas, em uma sociedade em que as pessoas querem, sobretudo, ter um “bom sexo”. “No entanto, o beijo traz tanto bem-estar e prazer quanto um bom sexo, e é mais fácil, podendo ser desfrutado na intimidade ou em público”, diz a especialista.
Embora o chamado beijo francês seja um dos mais conhecidos nas diversas culturas, ele não está sozinho. O jornalista brasileiro Pedro Paulo Carneiro relacionou em seu livro “Dossiê do Beijo”nada menos que 484 formas diferentes de beijar. Segundo ele, o primeiro registo de beijo na história da humanidade foi encontrado em inscrições nas cavernas de Khajuraho, na Índia. “No meu entender, a Índia é o país onde mais o beijo se desenvolveu. Das centenas de formas de beijar que descobri, quase metade é de lá. O beijo é cultural, e eles vão muito a fundo na questão corporal, no ato de se sentir bem. Afinal, o “Kama Sutra” surgiu na Índia”, disse o autor.

Beijo no Brasil e no mundo - De acordo com Carneiro, a liberdade de nossa sociedade é transmitida para o beijo, que é realmente puxado para o erótico. No Brasil, observa o jornalista, não existe o pudor do beijo de língua na rua, por exemplo, enquanto em países como a Índia, China e Japão, não seja socialmente aceito beijar em público. Já na Rússia, lembra, os homens se beijam de língua para selar a amizade. “O beijo é também um elemento de ligação social, um contrato de amizade. Ao beijar alguém, pessoa está dizendo para o outro que o aceita em seu grupo”, explica.
Na China, lembra ele, um casal pego beijando na rua tomava uma surra de bastão. Os chineses chegaram até mesmo a desenvolver um “beijo do silêncio”, porque as paredes de suas casas eram muito finas, e a acústica, grande. Dessa forma, era possível curtir sem ser escutado.
A pesquisa realizada por Carneiro durou 13 anos. Nesse tempo, ele conta que o mais interessante foram os depoimentos colhidos como, por exemplo, o de uma mulher de 87 anos, que teve nove filhos com o mesmo homem e nunca o beijou na boca. “A primeira e única vez que ela o beijou foi no caixão, e na testa”, contou o autor. Um outro caso interessante lembrado por ele é o de um prefeito em Sorocaba, interior de São Paulo, que em 1983 proibiu o beijo na rua.

O que há em um beijo...Em suas diferentes manifestações, o beijo é a demons-
tração de afeto mais amplamente difundida pela sociedade. O tipo de relação que existe entre as pessoas que trocam o beijo, é apenas definida pela sua intensidade e intenção, podendo caracterizar uma relação formal, familiar ou amorosa.
Em muitos casos, atualmente, o beijo não caracteriza absolutamente nenhum tipo de relação. Desde que os jovens adquiriram o hábito de “ficar”, beijar pode ser simplesmente uma pura diversão ou uma atividade em série como forma de diversão em uma festa, por exemplo, sem qualquer afetividade. A psicóloga Katja Johnson acredita que esse tipo de prática, no entanto, não leva a nenhuma conseqüência negativa no plano afetivo. “O “ficar”acaba sendo uma expressão normal de adolescente. Ser jovem é poder experimentar e conhecer o outro e a si mesmo”, comenta.
A razão pela qual beijar alguém é uma experiência - quase em todos os casos - agradável, é a quantidade de terminações nervosas localizadas no triângulo formado entre a boca e as narinas, explicam os especialistas. É por isso que cada beijo é uma grande fonte de prazer tanto para quem o dá quanto para quem o recebe.
Beijo “ficante”
Com a popularização do hábito de “ficar”, no qual pode-se beijar várias pessoas, geralmente desconhecidas, em uma mesma balada, alguns espe cialistas alertam que o hábito do beijo na boca, visto por muitos como algo inofensivo, trás o perigo de contágio de várias doenças, inclusive as sexualmente transmissíveis.
De acordo com um estudo publicado em fevereiro de 2006 no British Medical Journal, beijar na boca várias pessoas aumenta em quatro vezes o risco de adolescentes contraírem meningite, uma infecção cerebral potencialmente fatal. Outro exemplo de doença provocada por bactérias, e transmissível pelo beijo na boca, é a famosa e temida cárie.
As temidas doenças sexualmente transmissíveis (DST) também podem ser contraídas pelo beijo. Há risco de transmissão do vírus HIV, causador da doenças da AIDS, caso existam feridas ou sangramento na boca. O risco de transmissão do HIV através do beijo na boca é maior em pessoas com body-piercing na língua ou lábios.

Tipos de Beijo
Um beijo é um momento de alta comunicação e erotismo, alguns casais tem observado que apenas beijos podem levá-los ao orgasmo.
Tradicionamente, conhece-se pelo nome de “beijo francês” aquele que é dado com a língua. Confira abaixo alguns outros tipos de beijo

Beijo inclinado: quando os parceiros inclinam suas cabeças para se beijar.

Beijo dirigido: quando uma das pessoas segura a cabeça e queixo da outra pessoa e depois beija-o.

Beijo reto: aquele no qual as cabeças aproximam-se em linha reta ou só um pouco inclinadas.

Beijo do lábio superior: o homem beija o lábio superior da boca da mulher e ela beija o seu lábio inferior.

Beijo de grampo: quando um dos namorados aperta os lábios do outro com os seus.

Beijo que acende o amor: aquele dado ao outro quando dorme ou acorda, irá levá-lo a paixão.

Beijo que distrai: segundo o Kama Sutra, o beijo que é dado quando o outro está ocupado serve para distrair a mente e para dirigir o amado a pensamento eróticos.

Beijo olfatório: coloca-se o nariz sobre a superfície do órgão genital do parceiro e inala, supõem-se que seja freqüente no Egito, onde o termo beijar é utilizado para as ações de beijar e cheirar.