Beirute: explosão tóxica provoca mais de 100 mortes, 300 mil desabrigados e risco de desabastecimento

Por Arlaine Castro

Beirute, Líbano — Foto Hussein Malla - AP Photo
[caption id="attachment_203160" align="alignleft" width="266"] Beirute, Líbano — Foto Hussein Malla - AP.[/caption] As explosões que atingiram Beirute na terça-feira fizeram pelo menos cem mortos, 4 mil feridos e entre 250 mil e 300 mil pessoas estão desabrigadas ou tiveram suas casas profundamente afetadas diante do impacto das explosões, de acordo com a Cruz Vermelha Libanesa e a OMS. A causa suspeita é uma explosão de 2,7 mil toneladas de nitrato de amônio, substância utilizada como fertilizante. O risco agora é de que a cidade e o país vivam um desabastecimento de alimento, alertam entidades operando nos resgates das vítimas. Segundo as entidades que ajudam no resgate, ainda há pessoas presas nos escombros dos prédios atingidos pela explosão. Nesta quarta-feira em Genebra, o diretor de operações da OMS, Mike Ryan, anunciou que sua agência está "pronta para ajudar o Líbano". "Existem milhares de pessoas feridas e isso tudo vem num momento difícil", disse. "Nossa equipe está presente", explicou. Segundo ele, material hospitalar já foi enviado pela OMS para o país e, se necessário, equipes de emergência estão prontas para embarcar para Beirute. "Muitos hospitais estão saturados", completou. Países ajudam Países como Kuwait ou Rússia já iniciaram o envio de assistência. Já o presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou que fará uma visita à cidade para mostrar solidariedade e anunciar ajuda. Paris, um tradicional aliado de Beirute, conta ainda com uma importante comunidade de expatriados no país. A França ainda enviou dois aviões com 15 toneladas de equipamentos sanitários para atender a 500 pessoas, além de equipes de emergência. Em outra declaração, o governador de Beirute, Marwan Abboud, revelou que a estimativa é de que mais de uma centena de pessoas continuam desaparecidas, inclusive bombeiros, e que os danos para a cidade podem chegar a 5 bilhões de dólares. Mais da metade da capital teria sido atingida. Desabastecimento Outra preocupação se refere ao abastecimento de alimentos. O porto armazenava 85% dos estoques de cereais do país e principalmente o trigo, essencial para a base da alimentação da população. De acordo com o governo, o que sobrou dos estoques não cobre o consumo nem mesmo até o final do mês. Mas as autoridades insistem que não há risco de faltar pão e nem farinha. Com informações da AFP e Uol.