Bernie Sanders pede desculpas a Hillary por acesso a dados de campanha

Por Gazeta News

debate democrata

Durante o último debate democrata do ano, o pré-candidato Bernie Sanders pediu desculpas à rival Hillary Clinton após sua equipe acessar dados valiosos da campanha da ex-senadora.

“Essa não é o tipo de campanha que realizamos”, disse ele durante o terceiro debate do partido, que foi ao ar na rede “ABC”, no dia 19, em Manchester, New Hempshire.

A equipe de campanha de Hillary acusou Sanders de roubar informações para localizar eleitores específicos e antecipar os temas que possam interessá-los. Em resposta, o Comitê Nacional Democrata impediu temporariamente a equipe de Sanders de acessar informações de seus próprios arquivos de eleitores. Sanders admitiu que sua equipe atuou indevidamente.

Três funcionários foram demitidos pela equipe de campanha do candidato após o incidente. Hillary rapidamente aceitou o pedido de desculpas de Sanders e disse que “temos de seguir em frente, porque eu não acho que o povo americano vai se interessar nisso”.

Hillary, favorita à indicação democrata para as eleições presidenciais dos Estados Unidos, apoiou elementos da estratégia do presidente Barack Obama para combater o Estado Islâmico. A ex-senadora confrontou Sanders e Martin O’Malley em temas como segurança nacional e economia.

Hillary enfrentou o fogo republicano antes mesmo do final do debate ao ser otimista quando disse que “agora, finalmente, estamos onde deveríamos estar” na Síria, e foi criticada por Sanders por ser rápida demais para pressionar por uma mudança de regime.

Esse foi o primeiro debate democrata desde o ataque fatal de 2 de dezembro em San Bernardino, na Califórnia, de autoria de dois muçulmanos radicalizados, que, junto com os ataques de Paris, em novembro, elevou a segurança para o topo da agenda de campanha.

Republicanos têm criticado a gestão de Obama no que diz respeito ao Estado Islâmico e procuram vincular a ex-secretária de Estado ao que dizem ser uma estratégia fracassada.

Hillary concorda com Obama sobre a necessidade de usar forças especiais e formadores, mas, como o presidente, ela disse que um grande desdobramento de forças terrestres dos EUA no Oriente Médio seria contraproducente.

“Agora, finalmente, estamos onde precisamos estar. Temos uma estratégia e um compromisso de ir atrás do Isis”, disse ela, usando um acrônimo do Estado Islâmico, observando uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que levou “o mundo em direção a uma transição política na Síria”.

Provocações a Trump Hillary também acusou o pré-candidato republicano Donald Trump de ter se transformado no “melhor recrutador” do Estado Islâmico (EI) por causa de seus comentários contra os muçulmanos.

“Precisamos nos assegurar de que essas mensagens discriminatórias que Trump está emitindo por todo o mundo não caiam em ouvidos receptivos”, assinalou a favorita para a indicação presidencial democrata.

Este mesmo mês, depois do ataque em San Bernardino (Califórnia), onde morreram 14 pessoas, Trump primeiro nas pesquisas para a indicação republicana, propôs vetar temporariamente a entrada de muçulmanos nos Estados Unidos como resposta à ameaça do terrorismo jihadista.

Hillary chegou a dizer que os comentários de Trump estão sendo usados em vídeos do Estado Islâmico para recrutar mais terroristas.

O magnata exigiu um pedido de desculpas da democrata durante o programa da NBC “The Today Show” e afirmou que Hillary mente em relação aos “seus e-mails e em relação a tudo. Ela será um desastre como presidente dos EUA”, afirmou Trump.

“Hillary Clinton não pedirá desculpas a Donald Trump por corretamente apontar como sua retórica de ódio está apenas ajudando o IS a recrutar mais terroristas”, reafirmou em comunicado o porta-voz de Hillary, Brian Fallon.