O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden chegou à capital do Rio Grande do Norte no dia 16, em meio a estado de calamidade pública por causa dos estragos causados pela chuva no final de semana. Em sua segunda visita à América Latina este ano, Biden chegou a Natal para ver o jogo entre Gana e Estados Unidos durante a Copa do Mundo, na mesma noite, e para se reunir com a presidente Dilma Rousseff.
A segurança montada na cidade para aguardá-lo tem a difícil missão de desviar de manifestantes. Estima-se que 1.200 manifestantes estariam nas proximidades do estádio Arena das Dunas, local do jogo. A manifestação foi convocada pelo “Movimento na Copa vai ter luta”, reunindo entidades sindicais, estudantis e movimentos populares.
Encontro com Dilma
Joe Biden encontra-se no dia 17 com a presidente Dilma e com o vice-presidente Michel Temer. Biden visita o Brasil depois que a relação entre os dois países ficou abalada por conta das revelações do ex-agente Edward Snowden de que o governo americano monitoraria conversas de chefes de estado aliados, incluindo a própria Dilma.
Biden se esforçará para melhorar as relações entre os dois países e reforçará a atitude do presidente Barack Obama, que em janeiro anunciou que os Estados Unidos não devem mais monitorar as comunicações de nações amigas.
No ano passado, por conta da revelação de que os americanos haviam acompanhado ligações inclusive de Dilma, a presidente cancelou uma viagem oficial que faria àquele país. Biden tentará reconquistar a confiança de Dilma e, de quebra, tentar convencê-la a se encontrar com Obama em Washington.
Em teleconferência realizada no dia 15, um alto funcionário do governo americano disse que o fato de a viagem ocorrer neste momento é um reflexo da importância que o presidente Barack Obama e Biden conferem em mover adiante a relação entre Brasil e EUA.
A parada seguinte de Biden será na Colômbia, onde chegará dois dias depois da reeleição do presidente Juan Manuel Santos. De acordo com o funcionário da administração Obama, o vice-presidente americano quer demonstrar ao governo e ao povo da Colômbia que os EUA são os primeiros na fila a apoiar as aspirações do país. As discussões devem tratar de assuntos econômicos, de segurança e de cooperação energética, entre outros.
Na República Dominicana, Biden deve discutir temas como a cooperação energética, além de questões relacionadas à segurança e aos esforços conjuntos para o combate ao crime internacional.
A viagem também incluirá uma visita à Guatemala, que não fazia parte do planejamento inicial. No país, Biden vai se encontrar também com líderes de El Salvador e de Honduras. Lá, o principal tema das conversas será o número crescente de crianças centro-americanas que têm entrado nos EUA desacompanhadas, pela fronteira do México, em sua maioria desses três países.
Segundo o funcionário do governo americano, a violência e a falta de oportunidades econômicas nos países da região ajudam a explicar o recente fluxo de menores para os EUA, temas que serão abordados por Biden na Guatemala, mas também há uma percepção errada da política de imigração dos EUA. Um dos pontos centrais da visita será deixar claro que as crianças que entram desacompanhadas em território americano não terão direito ao caminho para a cidadania. Se no curto prazo os EUA devem fornecer alívio humanitário a esses menores, eles estarão sujeitos a procedimentos de extradição.