Blair diz que

Por Gazeta Admininstrator

O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, afirmou nesta segunda-feira que "lamenta profundamente" a morte do brasileiro Jean Charles de Menezes, 27, ocorrida na sexta-feira (22), no metrô de Stockwell (sul de Londres), ao ser confundido com um terrorista. Ele levou cinco tiros na cabeça.

Ainda nesta segunda-feira, o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, deve conversar com o seu colega Jack Straw às 18h (14h de Brasília), para depois fazer um pronunciamento oficial à imprensa.

A rede BBC, citando fontes não-identificadas do governo de Londres, informou nesta segunda-feira que o visto do brasileiro estava vencido. A família diz, entretanto, que a situação de Menezes no Reino Unido era legal.

Menezes levou os tiros após receber ordem de prisão da polícia britânica, que alegou que o brasileiro trajava "roupas suspeitas". Segundo testemunhas, ele saltou as catracas do metrô e correu pela plataforma, seguido por cerca de 20 policiais à paisana. Ele foi morto dentro do metrô da linha Northern.

O primo do brasileiro, Alex Pereira, 28, quer a polícia libere a gravação do circuito interno de segurança do metrô com o vídeo da morte do primo, mas a polícia ainda não esclareceu se irá atender o pedido do primo.

Processo

A família de Menezes considera agora a possibilidade de processar a polícia londrina. Na noite deste domingo, Pereira e outros três primos de Menezes receberam a visita da advogada de direitos humanos Gareth Pierce.

Ainda não está claro se Pierce pode representar a família do brasileiro em uma ação contra o governo britânico.

A advogada, que recentemente defendeu britânicos detidos na prisão americana de Guantánamo (Cuba), teve um de seus casos retratados no filme "Em Nome do Pai" (1993), por ter defendido Gerry London, condenado à prisão perpétua por ter realizado atentados em nome do IRA [Exército Republicano Irlandês, guerrilha católica].

O governo britânico ainda não liberou o corpo do brasileiro, que deverá ser enterrado no Brasil, nem tratou de uma possível indenização à família pelo assassinato. A mineira Leide Menezes de Figueiredo, 17, disse esperar que o corpo do primo volte para o Brasil em até 15 dias.