Bolívia registra noite de violência após renúncia de Evo Morales

Por Gazeta News

Cidades da Bolívia incluindo a capital, La Paz, registraram confrontos violentos na madrugada desta segunda-feira, 11, após renúncia do presidente, Evo Morales, no domingo, 10. Em algumas partes, edifícios e veículos foram incendiados. Segundo a imprensa local, os ataques seriam retaliação de apoiadores de Morales, presidente do país desde 2006. Morales provocou ira ao concorrer a um quarto mandato desafiando o limite constitucional e declarar vitória em uma eleição maculada por alegações de fraude. Casas foram incendiadas, lojas foram saqueadas e gangues foram às ruas durante a noite nas cidades de La Paz e Santa Cruz. Após pressão resultante de uma eleição questionada no mês passado, no domingo 10, Morales disse que deixaria a Presidência para apaziguar a violência que tomou conta do país desde então e disse também temer mais violência pelo golpe que sofreu. O ex-presidente denunciou pelo Twitter que sua casa e de sua irmã foram assaltadas. Segundo Morales, grupos violentos da oposição também teriam ameaçado ministros de seu governo e suas famílias. Logo após o pronunciamento de Evo, multidões comemoraram a sua renúncia. Segundo o jornal "El Deber", o comandante geral da polícia, Vladimir Yuri Calderón, renunciou nesta segunda-feira, 11, após os incidentes violentos. Um vídeo difundido entre os bolivianos mostra pessoas dentro da propriedade do próprio Evo com grafiti, depois que ele voou para outra parte do país para anunciar sua saída. A polícia da Bolívia, porém, negou a existência do mandado contra o ex-presidente. “Quero informar à população boliviana que não há mandado de prisão contra oficiais do estado como Evo Morales e seus ministros”, disse Yuri Calderón, comandante da Polícia Nacional, à emissora de TV boliviana Unitel. Não está claro quem será o comandante do país que fará uma nova eleição, apesar de a senadora de oposição Jeanine Añez ter dito que ela está preparada para aceitar a responsabilidade. “Se eu tiver o apoio daqueles que lideraram esse movimento por liberdade e democracia, eu vou encarar o desafio, só para fazer o que for necessário para convocar eleições transparentes”, ela disse ao canal Red Uno, na segunda-feira (11). Os legisladores devem se encontrar nesta segunda-feira (11) para criar uma comissão interna ou determinar quem assumirá temporariamente. Com informações da Associated Press. Evo Morales renuncia à presidência da Bolívia