Bolivianos têm apoio dos petroleiros brasileiros.

Por Gazeta Admininstrator

São Paulo - O Sindicato dos Petroleiros da capital paulista se manifestaram a favor da medida decretada pelo presidente boliviano, Evo Morales, que nacionaliza as reservas de petróleo e gás natural de seu país. "A posição dos trabalhadores é de apoio integral à decisão do presidente boliviano", avaliou Antonio Carlos Spis, diretor do sindicato. "Se o Brasil pode ter controle sobre o seu petróleo, porque a Bolívia não?", justificou.

Porém, Carlos acredita que uma possível renegociação poderá ser apresentada pelos bolivianos, já que, para o sindicalista a posição do presidente não deve se sustentar por muito tempo. "A Bolívia não tem mercado consumidor e 80% do gás é exportado. Acho que é uma decisão radical no início, mas vai haver necessidade de renegociação".

Para o diretor do sindicato, a Bolívia não pode continuar com as atuais "condições iniciais desfavoráveis". "Mas, a nacionalização integral não vai acontecer e vai ser preciso fazer parcerias. Essa radicalização abre espaço para o debate", defendeu.

Carlos também ressaltou que ainda será necessário a análise dos "detalhes" dessa nacionalização e que diz acreditar em negociações após uma reflexão feita por parte do governo brasileiro.

Empresários contra

Já os empresários brasileiros não concordam com a decisão de Evo Morales. Em nota publicada pela Abdib (Associação Brasileira de Infra-Estrutura e Indústrias de Base) vê "claro desrespeito" aos contratos realizados com cerca de 20 empresas estrangeiras que exploram petróleo gás no país vizinho. A entidade cobrou "firmeza" do governo Lula.

"O governo brasileiro deve agir prontamente e com firmeza. O melhor caminho para atender aos interesses sociais da população, políticos dos Estados e econômicos das empresas produtoras ainda é a mesa de negociações, opção que o governo boliviano jamais deveria ter abandonado e que a Petrobras e o Estado brasileiro vinham apostando", diz a nota.