Bons números no mercado revelam otimismo do consumidor para 2013

Por Marisa Arruda Barbosa

carsales picture

Um conjunto de números revelados nas últimas semanas tem aumentado o otimismo dos americanos, depois de anos de más notícias. As vendas de veículos cresceram 5.4% na Flórida, os índices do mercado de trabalho e do imobiliário voltaram a subir, com o aumento nos preços de imóveis e mais demanda por construção, tudo acompanhado de um bom início da temporada de compras de fim de ano, que teve um aumento de 2,7% durante os quatro dias seguintes ao Thanksgiving.

Isso tudo reflete a maior confiança de consumidores nos Estados Unidos, nos últimos quatro anos e meio. No dia 27, o Conference Board revelou que a confiança dos consumidores chegou a 73.7 em novembro, de 73.1 em outubro. Os últimos dois meses tiveram a melhor pontuação desde fevereiro de 2008.

O índice ainda está abaixo dos 90 pontos, que correspondem a uma economia saudável. Mas a última vez que o índice chegou a esse número ideal foi em dezembro de 2007, o primeiro mês da recessão. Em fevereiro de 2009, o índice chegou ao número mais baixo, de 25.3.

Os americanos estão cada vez mais otimistas, porque estão vendo o mercado de trabalho melhorar, diz o Conference Board. Foram criados 171 mil empregos em outubro e mais postos de trabalho do que se pensava surgiram em agosto e setembro.

O Conference Board entrevistou aproximadamente 2,5 mil famílias nas duas primeiras semanas do mês. Os entrevistados foram questionados sobre como se senem em relação a economia e ao mercado de trabalho agora, assim como onde veem os dois nos próximos seis meses. Eles também foram questionados se planejavam fazer uma compra grande ou tirar férias nos próximos seis meses.

A pesquisa constatou que a maioria das pessoas viram as condições atuais iguais a outubro. Mas a porcentagem de americanos que esperam mais empregos nos próximos seis meses subiu para 20,3%, de 19,7% em outubro. O percentual de americanos que dizem que os empregos são “abundantes” subiu para 11,2%, de 10,4% no mês anterior. Esse é também o nível mais alto em quatro anos.

Mais americanos disseram que pretendem comprar uma casa, um eletrodoméstico ou tirar férias, segundo a pesquisa. Cerca de 6,9% disseram que planejam comprar uma casa, o mais alto da história. Mercado imobiliário Um estudo do Standard & Poor’s/Case-Shiller revelou, no dia 27, um aumento de 3% em setembro no seu índice de propriedades em 20 cidades do país, em comparação ao mesmo mês no ano passado. Preços também tiveram um ganho de 3,6% no período que vai de julho a setembro, comparado com o mesmo período em 2011.

No país, preços subiram em 18 de 20 cidades. Las Vegas, uma das cidades mais afetadas durante a crise imobiliária, teve um aumento de preços de 1,4% nos imóveis. Um aumento gradual nos preços de imóveis tem ajudado na recuperação do mercado, o que encoraja mais compradores em potencial, incentivando que mais pessoas coloquem suas casas à venda, sabendo que podem vender por um preço melhor.

De acordo com o relatório, o número de casas disponíveis é o menor desde 1963. A corretora brasileira Patrícia Carneiro, que vende na região de Broward e West Palm Beach, concorda que não há  muitas opções de casas para vender. “Os preços aumentaram, sim, mas ainda estão baixos em relação a cinco anos atrás”, explica. “Mas tenho vários clientes querendo comprar e simplesmente não há casas”.

Segundo Patrícia, nos últimos três anos, bancos pegaram casas de volta e investidores compraram por um preço baixo, reformaram e colocaram tudo de volta no mercado por um preço mais alto. Para o próximo ano, a esperança é que mais bancos coloquem casas de volta no mercado.

“Já não há mais ofertas de $30 ou $40 mil dólares”, disse Patrícia. “Agora não dá para encontrar apartamentos pequenos por menos que $70 mil dólares, mas é a hora certa de comprar, pois a tendência á aumentar mais”.

Patrícia analisa que as vendas só tem melhorado nos últimos anos. “Com a crise, tudo parou. Depois, pouco a pouco, foi melhorando e, esse ano, com certeza foi o melhor”. Vendas de carros De acordo com a coleta de impostos sobre vendas de carros na Flórida, a venda de automóveis durante o mês de outubro foi acima do estimado, o que reflete um sólido aumento nas vendas dentro do setor. A venda de veículos aumentou 5.4% na Flórida, de acordo com o Office of Economic and Demographic Research. Em Fort Lauderdale, a venda de automóveis aumentou 16.3%. Em West Palm Beach, o crescimento foi de 11.4%.

Edson de Almeida, que trabalha na Kia de West Palm Beach, concorda com esses números e diz que o aumento nas vendas tem sido constante, desde os piores anos da recessão. Em média, as vendas mensais da Kia em que trabalha tem sido de 350 a 470 carros. Ainda segundo Edson, 75% dessas vendas têm sido de carros novos, sendo que muitos clientes estão trocando um carro mais velho por um novo. Há quatro anos, com a recessão, o total de vendas da loja era 50% menor do que agora.

A Brascar, em Pompano Beach, especializada na venda de carros seminovos para brasileiros, também já avalia 2012 como um bom ano. Segundo Rafaela Buono, que trabalha na loja, antes de terminar, 2012 já ultrapassou as vendas de 2011, que foi um ano ruim de vendas, e deve alcançar as vendas de 2010, considerado um bom ano pela empresa. Compras no fim do ano De acordo com o ShopperTrack, que analisa tráfego de pessoas,  em 40 mil shopping centers em todo o país, e também dados publicados pelo “Associated Press”, visitas de consumidores a aumentaram 8,2% nos quatro dias seguintes ao Thanksgiving, enquanto o número total de vendas teve um aumento de 2,7%, totalizando  $22 bilhões de dólares, em comparação com o mesmo período no ano passado. A média que americanos gastaram durante o período foi de $423 dólares, enquanto no ano passado foi de $398. Esse foi considerado um bom começo de uma longa temporada de compras de Natal. *Com colaboração