Grande notícia: entram em cena novas substâncias capazes de eliminar manchas de sol, sardas e até marcas provocadas por alterações hormonais, mais difíceis de apagar. O melhor é que não irritam, uniformizam a pele e ajudam a combater os sinais do tempo.
MELASLOW
Desenvolvido pelo grupo inglês Croada, esse ativo extraído da tangerina japonesa é recomendado para eliminar manchas senis ou melanoses, provocadas pela exposição solar sem proteção. Ele bloqueia a atividade da enzima produtora de melanina (pigmento que dá cor à pele) e pode ser aplicado duas vezes ao dia no rosto, no colo e nas mãos. “Normalmente mando formular um creme com, no máximo, 5% do ativo para ser usado pela manhã antes do filtro solar. À noite, costumo associá-lo a outros des-pigmentantes, como o ácido retinóico”, diz a dermatologista Maria Paulina Kede, do Rio de Janeiro. Em três meses já é possível ver os resultados, mas a duração do tratamento depende da quantidade de manchas. Se não for combinada a outros ativos, a fórmula é liberada para grávidas e lactantes.
IDB-LIGHT
Poderoso antioxidante e sucesso em produtos antiidade, a idebenona (subs-tância produzida em laboratório com base na coenzima Q10) também foi incorporada aos cremes despigmentantes, só que em concentrações maiores - para ter ação clareadora é preciso que haja mais de 2% do ingrediente no produto. “O ativo, que recebeu o nome de IDB-Light, oferece eficácia similar à hidroquinona, porém sem os efeitos adversos, como a hipersensibilidade”, garante o farmacêutico Rodrigo Perina, supervisor de pesquisa científica da Galena, empresa que distribui o ingrediente, criado pela empresa espanhola Lipotec. Outro grande diferencial é a liberação da substância, que se dá de forma contínua. “Isso melhora a tolerância da pele e diminui riscos de irritação. Costumo mandar manipular cremes com 5% de idebenona para ter rápidos e bons resultados”, conta a dermatologista Adriana Leite, de São Paulo. O IDB-Light pode ser combinado com outros despigmentantes, como a vitamina C e o ácido kójico, e deve ser aplicado uma ou duas vezes ao dia durante um mês. É fundamental usar filtro solar nesse período. Contra- indicações: grávidas e lactantes.
ALGOWHITE
Extraído de uma alga marrom, esse ativo marinho, criado pela Lipo do Brasil, é uma boa opção para suavizar manchas que surgem após processos inflamatórios, como a acne ou a foliculite pós-depilação.
“Além de inibir a produção de melanina, o algowhite estimula a renovação celular”, conta a dermatologista Cristine Almeida de Carvalho, de São Paulo. A concentração do ativo varia de 8 a 10% em cremes que devem ser utilizados duas vezes ao dia.
Os resultados aparecem em dois ou três meses de uso. É recomendado aplicar filtro solar para não haver reincidência das manchas. Funciona em peles morenas e negras. Contra-indicações: grávidas e lactantes.
BELIDES
De origem alemã e distribuído pela Pharma Special, é extraído da flor da margarida e pode ser utilizado inclusive por grávidas.
“Como a substância ajuda a diminuir a produção de melanina, recomendo-a para suavizar manchas solares leves ou para prevenir o problema”, conta a dermatologista Jozian Quental, de São Paulo. “O creme, manipulado com até 5% do ativo, deve ser usado duas vezes ao dia, sempre acompanhado de filtro solar. Os resultados aparecem em dois meses.”
ALBATIN
Promete suavizar manchas superficiais, com segurança.. Derivado do ácido aminometilfosfônico, ele inibe a produção de melanina sem agredir as células, portanto não causa uma despigmentação exagerada na pele, como no caso da hidroquinona”, explica Luciana Marques, química da Vital Especialidades, laboratório que distribui o ativo no Brasil.
Além disso, o albatin não é fotossensível. O tratamento dura de três a seis meses, mas o produto permite o uso contínuo para manutenção”, afirma. Segundo o fabri-cante, pode ser usado por grávidas a partir do terceiro mês de gestação, e lactantes.
A polêmica hidroquinona
Queridinha dos dermatologistas brasileiros, que a consideram ainda a mais eficaz alternativa tópica para clarear manchas, a hidroquinona foi proibida na Europa em 2001. Nos Estados Unidos, pode ser empregada apenas em produtos prescritos pelos médicos. No Brasil, é liberada pela Anvisa, que, no entanto, também estuda restringir seu uso. Por enquanto, a concentração máxima permitida em dermocosméticos é de 2%; já nos produtos manipulados, pode chegar até 4%. Derivada do benzeno, considerado tóxico, ela destrói as células produtoras de melanina e remove a pigmentação. “O ativo deve ser usado durante, no máximo, seis meses consecutivos. Se o tratamento se estender muito, as manchas podem dar lugar a marcas brancas irreversíveis”, afirma Cristine Almeida. A dermatologista Dóris Hexsel, de Porto Alegre, completa: “É um excelente clareador, mas exige acompanhamento médico. Só o especialista pode definir a dose indicada para cada caso. Isso minimiza os efeitos colaterais e torna o tratamento seguro”.

