Pais e amigos dão o último adeus à Sofia Lacerda

Por Gazeta News

Sofia, de um ano e oito meses, morreu na madrugada do dia 14, cinco meses após um transplante multivisceral. Ela estava internada desde julho por causa de um vírus contraído após o transplante, que ocorreu em maio e passou o último mês na UTI do Jackson Memorial Hospital, em Miami. Segundo os médicos, os órgãos transplantados estavam em perfeito funcionamento até os últimos momentos e ela morreu de parada cardíaca.

A cerimônia contou com a presença de aproximadamente 40 pessoas, entre os pais, amigos próximos, o médico Rodrigo Vianna e sua equipe, e pessoas que acompanharam a luta de Sofia através da página do Facebook “Ajude a Sofia” desde que veio do Brasil para os Estados Unidos. O transplante aconteceu  após 9 meses de espera.

“Acompanhei o caso desde o Brasil e mesmo sem conhece-los pessoalmente fiz questão de prestar esta última homenagem”, disse Verônica Furtado, que foi com o marido Eric ao velório. “Sofia parecia um anjinho. Foi muito emocionante participar desse momento. Quando abracei a mãe, (Patrícia Lacerda), parecia que nos conhecíamos há muito tempo”.

O culto fúnebre de Sofia foi realizado pelo Pastor Silair Almeida, da Primeira Igreja Batista da Flórida, no Fred Hunter’s Funeral Home.

“Foi um momento muito emocionante, a presença de vários amigos e parentes, além de toda equipe médica”, declarou o Pastor Silair. “A família continua precisando muito da nossa solidariedade, encorajamento, e carinho. Que possamos nos juntar como comunidade, para apoiar as outras famílias que estão aqui com seus filhos nas mesmas condições. Juntos nós somos melhores! A Sofia foi um presente de Deus na vida da família, pois nasceu dia 25 de dezembro de 2013. Foi um anjo que viveu entre nós quase dois anos. Agora foi recolhida para os braços eternos do pai”.

A cerimônia foi transmitida ao vivo pela internet, mas o número de acessos foi tão grande que o site da funerária ficou fora do ar antes mesmo do início da transmissão, às 15h30. Na página de Sofia no Facebook, centenas de pessoas lamentaram não poder acompanhar o velório pela web.

Os pais, Gilson Gonçalves e Patrícia Lacerda, decidiram cremar o corpo da menina. Depois de resolver assuntos burocráticos, eles retornarão ao Brasil com as cinzas.

O caso

Sofia nasceu com uma doença rara chamada síndrome de Berdon, que causa problemas no intestino, no estômago e na bexiga. Os médicos estimaram que ela não passaria de um ano de vida. Porém, a menina contrariou as expectativas e comemorou seu primeiro aniversário no dia 24 de dezembro de 2014.

Como o transplante multivisceral não é realizado no Brasil, sua mãe começou então uma campanha na internet, chamada “Ajude a Sofia”, para arrecadar fundos e levar a menina aos EUA. Ao todo, a família arrecadou R$ 1,8 milhão. Mas os pais continuaram brigando na Justiça para que o governo brasileiro pagasse o valor da cirurgia, até que o Tribunal Regional Federal (TRF) determinou, em julho do ano passado, a transferência da menina para o Jackson Memorial Hospital, em Miami, especializado em transplante multivisceral.