Brasil deve ter a pior desaceleração em 20 anos, segundo FMI

Por Gazeta News

O Fundo Monetário Internacional (FMI) voltou a recomendar à presidente Dilma Rousseff que siga em frente com o ajuste fiscal e monetário, pois o Brasil pode ter em 2015 a pior desaceleração da economia em mais de duas décadas.

De acordo com o relatório “Perspectiva Econômica Regional: Hemisfério Ocidental”, divulgado na última semana, o país terá de perseverar com os recentes esforços para conter o aumento da dívida pública e repor a confiança no quadro da política macroeconômica.

A previsão dos economistas do FMI é que o Produto Interno Bruto (PIB) vai encolher 1% em 2015, um dos piores desempenhos entre as principais economias mundiais. Para 2016, a expectativa é de uma recuperação moderada, com o PIB crescendo 1%.

O aperto na política fiscal que vem sendo conduzido pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, segundo o FMI, ajuda a enfraquecer a atividade no curto prazo, mas é “criticamente necessário” para conter a piora da dívida pública e restaurar a confiança dos agentes. A mesma análise vale para a alta de juros que vem sendo promovida pelo Banco Central para conter a inflação. O FMI volta a afirmar que vários fatores estão contribuindo para o fraco desempenho da economia brasileira.

Entre eles, a baixa confiança dos empresários, que por isso não investem. Além disso, o escândalo de corrupção na Petrobras é outro fator que levou a petroleira e empresas do setor a cortarem investimentos e ainda contribui para aumentar a incerteza na economia. Pelo lado dos consumidores, o estudo do FMI ressalta que os brasileiros têm segurado os gastos em meio à inflação alta, expectativa de piora do mercado de trabalho e com os bancos segurando o crédito.

Pelo lado externo, o FMI ressalta que o fim do boom das commodities no mercado internacional, com a desaceleração da economia da China, também contribui para esfriar a atividade na América Latina. O órgão avalia que a desaceleração nessa região tem sido pior que o antecipado. As projeções de expansão do PIB brasileiro vêm sendo rebaixadas a cada novo documento divulgado pela instituição desde 2012. Fonte: Revista Exame.