Brasil é o 9º país em envio de estudantes universitários aos Estados Unidos

Por Arlaine Castro

Carolina destaca ainda que tirar o visto de estudante estando no Brasil foi mais rápido e fácil do que se tivesse tentando a troca de status imigratório quando estava como turista em Orlando meses antes. "Pensei em fazer o processo aqui de uma vez. Mas conversei com pessoas do setor de imigração e disseram que a chance de negar um visto para estudante universitário estando no Brasil é muito baixa. Voltei pra lá e em menos de um mês o meu visto ficou pronto. Achei muito rápido. O fato de a gente vir para cá para estudar movimenta a economia porque pagamos mais caros que os residentes. Então acho que isso também facilita para conseguir", completa a carioca. Aumento de parceria com escolas americanas no Brasil Fortes parcerias entre instituições americanas e brasileiras como o EducationUSA, a Fulbright, a CAPES e outras ajudaram a tornar esse aumento possível", disse o encarregado de negócios interino da embaixada, William Popp, destacando a importância do estudo internacional para a Missão dos EUA no Brasil. Brasileiros têm visto de estudante afetado por fechamento de escola na FL “O intercâmbio educacional entre o Brasil e os Estados Unidos é uma prioridade para nós. Estamos muito satisfeitos em ver aumentar o número de brasileiros que escolhem os Estados Unidos como seu destino de estudo preferido e esperamos que o crescimento em nossos intercâmbios educacionais continue", salienta Popp. De acordo com os Consulados dos EUA no Brasil, a alta brasileira nos números do Open Doors são fortalecidos pelo aumento do número de centros de orientação EducationUSA, que agora chegam a 41 centros em todo o Brasil, a maior rede EducationUSA do mundo. Por meio da rede, o número de diplomas de ensino médio duplo em escolas brasileiras de ensino médio em parceria com escolas americanas de ensino médio onde os alunos recebem diplomas de ensino médio do Brasil e dos Estados Unidos nas principais cidades do país também está aumentando. Essa nova tendência já está contribuindo para aumentar o número de estudantes brasileiros que se inscrevem em cursos de graduação nos EUA, 5,6%. Novos programas preparatórios também estão chegando às escolas de ensino médio brasileiras, onde os estudantes se formarão com créditos de ensino superior dos EUA, diz a rede EducationUSA. Retomada ainda lenta Apesar da alta recente nos últimos dois anos, os números ainda estão distantes do auge de 23,6 mil estudantes brasileiros em 2014/15, por exemplo. Dos 16.059 em 2018, a maior parte dos estudantes brasileiros nos Estados Unidos (7,7 mil) fazia graduação, enquanto outros - 4,7 mil cursavam mestrado ou doutorado, aponta o relatório. EUA como principal destino de estudantes Os Estados Unidos continuam a ser o principal destino de estudantes internacionais no mundo. O número total de estudantes estrangeiros nos Estados Unidos aumentou 0,5%, atingindo um recorde de 1.095.299 no ano letivo de 2018-2019, enquanto o número de estudantes americanos no exterior aumentou 2,7% em 2017-2018 em relação ao ano anterior. Acerca do lado financeiro, os mais de 1 milhão de estrangeiros que estudaram no ensino superior americano no último ano letivo, incluindo graduação, pós, intercâmbio e em outras atividades acadêmicas significaram em torno de US$ 44,7 bilhões anuais para a economia. [caption id="attachment_192271" align="alignleft" width="332"] Valeria Cunha Gass cursa mestrado na Aurora University em Illinois. Foto: arquivo pessoal.[/caption] Aumenta a procura por emprego nos EUA depois do curso Segundo a embaixada americana no Brasil, o número de estudantes internacionais que buscam oportunidades de emprego após seus estudos acadêmicos em Treinamento Prático Opcional (OPT) teve uma alta de 2,1%. De Ribeirão Preto (SP), a terapeuta ocupacional Valeria Cunha Gass, 32 anos, se encaixa bem nessa estatística. Veio fazer MBA (Master Business Administration), mas não gostou do curso e resolveu trocar pelo mestrado em Applied Behavior Analysis na Aurora University, uma faculdade particular em Illinois, e diz que pretende continuar nos EUA. "Gosto muito do curso e dos meus professores. Ele acaba ano que vem e me formo em maio de 2020, mas quero aplicar para o Optional Practical Training (OPT). Atualmente eu trabalho, faço Professional Training Course (CPT) porque meu curso exige prática, mas gosto muito e penso em continuar aqui", relata a paulista que já trabalhou como Au Pair nos EUA em 2011 e isso ajudou na decisão de voltar aos EUA para estudar. Em 2017, com o convite e apoio da família americana para a qual havia trabalhado, a paulista começou a pesquisar universidade que aceitasse aluno internacional e que tivesse curso em sua área. "Comecei então o processo para admissão e em cinco meses consegui o visto do Brasil sem problema nenhum", explica Gass. Apesar do aumento de estudantes brasileiros, o número total de estudantes matriculados (estudantes de graduação, pós-graduação e não-graduação) nos EUA diminuiu 1,6%, aponta o estudo. Saiba mais sobre o processo de imigração para estudar nos EUA clicado aqui.