No Brasil, mãe se desespera por não ter notícias do filho na Flórida

Por Marisa Arruda Barbosa

FotoCapa

Depois de meses de conflito e pedindo dinheiro várias vezes à sua mãe no Brasil, o gaúcho Guilherme Menezes Garcia, de 24 anos, parou de dar notícias em março. Carla Menezes, que está no Brasil e cumpre a punição de não poder voltar aos Estados Unidos por 10 anos por ter ficado por aqui ilegalmente, está desesperada. O telefone de Guilherme está desconectado e ela está no processo de montar o quebra-cabeça da vida de seu filho caçula nos últimos anos, que envolve abuso de drogas e um relacionamento conturbado com a esposa.

Além de seu filho estar desaparecido, seus dois netos, Logan Bradbury Garcia (3 anos) e Isabella Joana Bradbury Garcia (de 1 ano) estão sob a guarda do Florida Department of Children and Families (DCF), porque Guilherme e sua esposa, Jamie Raquel Bradbury, estariam enfrentando abuso de drogas.

Na última semana, Carla foi informada que somente a mãe esteve presente em uma audiência no dia 4 de junho. Mas, ambos os pais das crianças são obrigados, nesse momento, a comparecer às audiências e a seguir uma conduta determinada pela Justiça a fim de conseguirem de volta a custódia das crianças.

“Não faz sentido ele não ter comparecido à audiência e nem ter ido mais visitar os filhos. Ele sempre foi muito apegado a eles. Isso me deixa muito preocupada”, disse Carla, que é natural de Porto Alegre (RS), mas vive em Joinville (SC).

Vinda para os EUA Carla e Guilherme vieram juntos para os Estados Unidos em 2006. Eles viveram em Pompano Beach e região. Dois anos depois, Carla precisou ir ao Brasil e não conseguiu mais voltar porque ultrapassou o visto de turista. “Eu queria que meu filho voltasse também, mas ele estava com 18 anos e descobrindo a vida. Quis ficar mais um ano”. Foi aí que Guilherme conheceu Jamie, um ano depois ela engravidou e os dois continuaram juntos, embora tivessem um relacionamento conturbado, marcado por brigas, segundo a mãe dele.

Prisão Guilherme foi preso no dia 7 de novembro do ano passado, no condado de Broward, acusado de roubo e falsificação. Ele confessou para a sua mãe que alterou o valor nos cheques dados por seu patrão, para quem trabalhava com construção. “Quase morri de vergonha”, disse Carla.

No fim do ano passado, Guilherme telefonou para a mãe, em vários episódios, pedindo dinheiro. “Foram várias desculpas, como o aluguel atrasado, pagamento de fiança, que foi demitido e disse até que não tinha dinheiro para a ceia de Natal... Ao todo, enviei R$33 mil para o meu filho, um dinheiro que eu ia usar para construir uma casa para mim”, relata Carla, que é aposentada por invalidez. Versão de Jamie A esposa de Guilherme, Jamie, disse ao GAZETA que eles estão juntos, apesar de estarem vivendo separados há três semanas, desde que ela se internou em uma casa de recuperação por cinco dias. Agora, ela afirmou estar no Susan B. Anthony Recovery Center, um abrigo para mulheres com filhos. Com isso, a americana diz estar seguindo os passos exigidos para recuperar a guarda das crianças.

Jamie afirma ainda que Guilherme está concentrado no trabalho e que, apesar de mais magro, está bem. Segundo ela, o marido não tem telefone e se comunica através do telefone de seu chefe.

Quando a redação do GAZETA questionou sobre o fato de Guilherme não falar com a mãe há meses, ela se disse surpresa. “Eu achei que ele se comunicasse com ela por Facebook, mas posso dar o recado para ele procurá-la”, disse a americana. “Mas pelo que sei a última vez que ele e Carla se falaram, ela gritou com ele e ele não gostou”.

O GAZETA perguntou a Carla como foi essa última conversa e ela respondeu: “Eu só estava chorando desesperadamente”.

Informações sobre o caso podem ser enviadas para o email reporter@gazetanews.com