Brasil negocia corte de subsídios agrícolas com Europeus

Por Gazeta Admininstrator

Representantes de Brasil, Índia, Austrália, Estados Unidos e União Européia (UE) estão reunidos nesta quarta-feira em Genebra para discutir propostas de redução dos subsídios agrícolas concedidos pelo bloco europeu.
A possível redução dos subsídios aos agricultores da UE é um dos pontos considerados essenciais pelos países em desenvolvimento para a obtenção de um acordo comercial na chamada Rodada Doha de negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Os países integrantes da OMC esperam conseguir destravar os impasses nas negociações antes da reunião de cúpula da organização, em Hong Kong, em dezembro.

O comissário de comércio da UE, Peter Mandelson, chegou à reunião desta quarta-feira fortalecido após ter vencido na véspera uma queda de braço com a França, país que recebe a maior parcela dos subsídios do bloco e que se opõe aos possíveis cortes.

Reunião de emergência

A França havia convocado uma reunião de emergência em Luxemburgo, pedindo a determinação de que qualquer proposta feita por Mandelson nas negociações fosse antes analisada por um comitê técnico antes mesmo de ser colocada na mesa.

A posição francesa havia sido apoiada inicialmente por vários países do bloco, que argumentavam que a UE já havia apresentado concessões demais nas negociações.

Porém a exigência francesa acabou derrubada após Mandelson argumentar que a aprovação da medida inviabilizaria, na prática, a continuidade das negociações.

Apesar de ter vencido a resistência, Mandelson chega à reunião em Genebra pressionado, por um lado, pelos países europeus que são hoje os mais beneficiados pelos subsídios e, por outro, pelos países em desenvolvimento, que pedem concessões ainda maiores.

Propostas

Na semana passada, os EUA apresentaram uma proposta de cortar em 60% seus subsídios se fossem seguidos pelos demais países desenvolvidos e que houvesse uma maior abertura de mercados.

Em seguida, a UE propôs um corte de 70% nos subsídios agrícolas, mas não ofereceu o acesso a mercados que agradasse aos americanos.

Os países do G20, o grupo de países emergentes do qual o Brasil faz parte, elogiaram as iniciativas americana e européia, mas consideraram que as propostas de cortes ainda estão aquém do que desejam. O G20 fez uma contraproposta pedindo cortes de 80% nos subsídios da UE e de 75% nos subsídios dados pelos EUA.