Brasil vai frear crescimento da América Latina em 2015, aponta FMI

Por Gazeta News

FMI

A economia global está se recuperando, beneficiada pela queda dos preços do petróleo e pelo bom desempenho dos Estados Unidos, mas o Brasil está estagnando, afirmou no dia 9 a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde.

O FMI manteve em 3,5% a projeção de crescimento para a economia mundial em 2015 e elevou para 3,8% a estimativa para o próximo ano – 0,1% acima da que constava no relatório de janeiro. Enquanto a Europa se recupera da crise, a América Latina e o Caribe devem registrar, em 2015, o quinto ano seguido de desaceleração econômica. Segundo relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), o Produto Interno Bruto (PIB) do bloco deve crescer só 0,9% neste ano – enquanto a economia mundial deve se expandir em 3,5%. Parte considerável do resultado fraco da região é responsabilidade do Brasil, que tem previsão de queda de 1% no PIB e de inflação em 7,8%. Se confirmada a previsão do FMI de “encolhimento” da economia brasileira, será o pior resultado desde a queda de 4,2% registrada em 1990. Em janeiro, o fundo previa um crescimento de 0,3% em 2015. Entre os países da América do Sul, apenas a Venezuela deve ter um resultado pior que o Brasil, com contração de 7% – mas a economia venezuelana tem menos de um décimo do tamanho da brasileira, em dólares.

A Argentina, que também vive uma crise econômica, deve ter queda de 0,3% no PIB. A América do Sul, como um todo, deve “encolher” 0,2%, tendo Bolívia e Paraguai como destaques positivos, com expansões de 4,3% e 4%, respectivamente.

“A piora nos mercados globais de commodities permanece como o principal freio para a atividade na América do Sul, ainda que os preços mais baixos do petróleo e uma recuperação sólida dos EUA forneçam impulso a partes da região”, aponta o texto. A expectativa é que o Brasil ajude no crescimento mundial somente no próximo ano. “Uma retomada nos mercados emergentes deve guiar a recuperação em 2016, primariamente refletindo uma diminuição parcial dos contratempos à demanda e produção domésticos em algumas economias, incluindo Brasil e Rússia”, diz o fundo.

A estimativa do FMI é que as economias avançadas cresçam 2,4% neste ano e no próximo. Com informações do “G1”.