Brasileira alega que marido preso pela Imigração há 5 meses é de baixa prioridade para deportação

Por Marisa Arruda Barbosa

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Uma brasileira, cidadã americana, está recorrendo a senadores para pedir a libertação de seu marido, que está preso no Broward Transitional Center, em Pompano Beach, há cinco meses, mesmo sendo casado com ela. Claudia Andrade Perfeito, de Uberaba, Minas Gerais, diz que seu marido, Agnaldo Batista de Andrade, com quem se casou no início do ano, foi preso por agentes da polícia local no começo do ano, por dirigir embriagado. Agnaldo, natural de Belo Horizonte, Minas Gerais, está há 10 anos nos Estados Unidos e nunca cometeu nenhum crime ou infração. Ele entrou nos EUA como turista e permaneceu no país depois que seu visto expirou.

Ela conta que seu marido já havia dado entrada na Imigração com o formulário I-130 (Petition for Alien Relative) e pede que o órgão considere seu caso como um imigrante indocumentado de baixa prioridade para deportação, já que nunca havia cometido nenhum crime até essa DUI (Driving Under Influence). Ela está recorrendo aos senadores Marco Rubio e Bill Nelson para pedir que se posicionem a favor da libertação de Agnaldo.

O casal contratou o advogado Eduardo Cifuentes, mas o GAZETA não conseguiu contatá-lo até o fechamento desta edição.

Cláudia conta que, além do sofrimento de ver seu marido nessa situação, ela também sofre com a questão financeira. Ela trabalha em uma loja de departamentos em Lehigh Acres, próximo a Fort Meyers, e com seu salário mal consegue depositar dinheiro na conta de seu marido, na cadeia, para que possa se alimentar melhor.

“Meu marido perdeu 20 lbs desde 19 de junho de 2012”, relatou Cláudia. “Somos casados e eu sou cidadã americana. Por lei, eu tenho o direito de ter o meu marido a meu lado. E por lei, meu marido tem o direito de ficar nos Estados Unidos através de nosso casamento. Tem sido uma batalha dura, sofrida, mas não desistiremos”.

Democratas pedem investigação do Broward Transitional Center No início do mês de outubro, 26 membros da Câmara dos Deputados assinaram uma carta enviada ao diretor do Immigration and Customs Enforcement, John Morton, pedindo uma revisão individual de “caso a caso” dos detidos no Broward Transitional Center, em Pompano Beach.

A carta, pelo menos em partes, foi gerada após vários ativistas indocumentados do National Immigrant Youth Alliance forjarem sua própria prisão para que pudessem entrar no estabelecimento e documentar casos de imigrantes de “baixa prioridade de deportação”.

De acordo com o deputado Ted Deutch, em matéria do McClatchy Newspapers, parlamentares receberam denúncias de grupos, como a National Immigrant Youth Alliance (NIYA), que veio com documentação significativa para justificar uma investigação.

O Broward Transitional Center é um centro de detenção civil de segurança mínima que tem capacidade para 700 pessoas que enfrentam casos criminais de menor importância.

No ano passado, o governo Obama emitiu uma diretiva, conhecida como o memorando de Morton, afirmando que o ICE deve considerar vários critérios, incluindo se os detentos em situação irregular estão nos Estados Unidos desde a infância ou se foram presos por delitos menores, o que pode amenizar seu período de detenção, ao se tornarem de menor prioridade para a deportação.

A diretiva foi alvo de extensas críticas. Nesse verão, a American Immigration Lawyers Association chamou a iniciativa de um fracasso, porque apenas uma fração das centenas de milhares de casos analisados teve qualquer tipo de alívio.