Brasileira alerta sobre classificado procurando baby-sitter

O primeiro emprego de uma brasileira de 27 anos, recém-chegada de Boston na Flórida, não foi dos melhores. Ao chegar em Miami, há cerca de um mês, buscou emprego nos classificados de jornais brasileiros. Ela encontrou um classificado, publicado em mais de um jornal, de alguém à procura uma baby-sitter em Boca Raton, que na verdade tratava-se de um homem atrás de uma “moça bonita” com outras intenções.

M.O., que preferiu não ter seu nome completo publicado, aceitou o emprego e foi morar na casa onde vivia o pai com as crianças.

Ela logo percebeu atitudes estranhas do patrão, como o primeiro comentário feito por ele quando se conheceram: “Você é bonita”. Em seu quarto, por exemplo, havia câmeras, motivo pelo qual se trocava no banheiro. No terceiro dia, ela foi brincar com uma das crianças na piscina, e ele entrou junto na água. Ela notou que na brincadeira que faziam, ele pegou nela de forma estranha, mas tentou sair “à francesa”, já que estavam na frente da menina.

Certo dia, a ex-mulher do homem foi à casa buscar as crianças e disse a M.O. que tomasse cuidado. “Ela disse ‘você é bonita, tome cuidado com ele’. Mas na hora pensei: ela deve ser uma ex-mulher ciumenta. Já que é ele que me paga, vou ficar quieta, pensei”, conta M.O., completando que ele parecia viver bem financeiramente, com uma casa grande em um condomínio de Boca Raton, e dois carros na garagem.

Ele logo começou a oferecer-lhe presentes, aos quais ela diz que recusou. Na terceira semana de trabalho, ele a colocou contra a parede, dizendo que ela sabia o que ele queria. Ele queria que ela fosse sua namorada. Ela logo disse não e que ele tinha idade para ser seu avô. Nesse momento, segundo a garota, o homem ficou furioso e pediu que ela saísse logo de sua casa, pois ela era muito bonita e ele não iria resistir.

M.O. saiu logo da casa, sem conhecer ninguém na região. Ela ligou para sua igreja para pedir ajuda e conseguiu uma casa temporária para ficar, até que consiga um trabalho.

A moça contou que, de acordo com a ex-mulher, mais de 30 moças já passaram pela mesma situação.

“Ele está usando a mídia brasileira para atrair moças”, disse uma brasileira que inicialmente fez a denúncia ao GAZETAm em nome da vítima. “Não vai adiantar nada fazer ‘bafão’ agora, porque ele não a agrediu e nem teve relação sexual com ela, mas isso deve servir como alerta a outras moças”.

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Por esse motivo, a direção do jornal anunciou que irá remover o anúncio de seus classificados, para evitar que outras jovens passem pelo mesmo constrangimento.

Até o fechamento desta edição, a redação do GAZETA não conseguiu contatar a ex-mulher ou o reponsável pela publicação do anúncio para possíveis esclarecimentos, motivo pelo qual o número de telefone foi omitido.