Brasileira finalmente se reune com filho sequestrado pelo pai

Por Marisa Arruda Barbosa

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Desde dezembro passado, a luta travada pela paulistana Cintia Márcia Pereira para reencontrar o filho Joseph Lorenzo, de 5 anos, desaparecido desde um final de semana de visitação do pai em São Paulo, ganhou grande repercussão nas redes sociais. E foi através do contato com desconhecidos que o caso passou a ser investigado nos Estados Unidos. Cintia finalmente acabou reencontrando o filho, de forma inesperada, na cidade de Provo, em Utah, na segunda-feira, dia 25.

Cintia foi chamada para uma audiência em Provo, onde vivem os pais de seu ex-marido, Gary Lee Heaton II. “Eu vim para os EUA apenas para a audiência. Eles (as autoridades) já sabiam que ele (Joseph) estava em Provo, mas não sabiam exatamente onde”.

Os pais de Gary foram intimados a comparecer à audiência, mas somente o pai compareceu. O juiz e a advogada de Cíntia começaram a questionar o avô por que a avó não foi. “Quando o juiz disse que daria voz de prisão à avó, ele acabou confessando que ela não foi porque estava com o Joseph naquele momento. A polícia local foi até a casa e trouxe meu filho”, disse Cintia. “Nossa, foi bem emocionante. Ele me abraçou bem forte e não largou mais. Tive que voltar para a audiência com ele agarradinho”.

Depois de se reencontrar com o filho, eles voltaram para a audiência. “Daí o Gary invadiu a sala da audiência. O juiz pediu para ele se recompor”, relata.

Investigação Cintia havia recebido a informação pelo Facebook, em meados de janeiro, de que o pai teria trazido o filho para os EUA, mas não havia nenhum registro na embaixada americana de que um passaporte foi emitido em nome da criança. “Recebemos notícias recentemente de que ele teria saído pela Argentina com ajuda de dois amigos”, disse.

Através de uma brasileira que vive na Flórida, Rosemary Amaral, que entrou em contato com um departamento da Casa Branca para crianças desaparecidas, o caso finalmente foi trazido para os EUA. “Eu virei investigadora e tradutora dela”, relatou Rosemary. “Nunca nos conhecemos pessoalmente, mas somente uma mãe sabe da dor da outra”.

Há duas semanas, a autoridade americana que investiga o caso arrumou um advogado para Cintia. “Fiquei sabendo, segunda-feira da semana passada, que teria que estar aqui na mesma semana. Eu só consegui chegar sábado”, disse.

Uma nova audiência foi marcada para quinta-feira, dia 28 de manhã, com o pai, os avós e Cintia. “Não sabemos o que vai acontecer”, disse ela, que conseguiu a guarda provisória do filho nos EUA e tem a guarda no Brasil, país de jurisdição do caso. “Meus advogados brasileiros disseram que não se pode julgar uma guarda nos EUA quando já se foi julgada no Brasil. Estamos todos querendo saber o porquê de uma nova audiência”, disse.

A história Cintia e Gary se conheceram em um evento da igreja Mórmon no Brasil, da qual os dois são membros, em 2010. Meses depois, eles se casaram em Utah, nos EUA, e foram viver no Texas. Os dois ficaram juntos por dois anos e ela ficou grávida. Nessa época, Cintia conheceu um outro lado do marido e resolveu ir para o Brasil para ter o filho.

Gary acabou voltando para os EUA e não teve contato com a criança por dois anos. Quando voltou, pediu o divórcio e entrou com o pedido de guarda do menino. A luta pela guarda se estendeu até dezembro, quando Cintia conseguiu a guarda integral da criança. Quando a decisão foi anunciada, o pai estava com o filho no fim de semana de visitação. Ele não devolveu o menino à mãe e desapareceu desde então.