Brasileira expulsa da Marinha por uso de drogas diz que só tomou um Tylenol

Por Gazeta Admininstrator

Nascida no Brasil, Graciela Falqueto Saraiva, de 20 anos, foi expulsa da Marinha Americana, acusada de abuso de drogas. No entanto ela alega ter sido um grande mal entendido, e afirma que só havia tomado um Tylenol.

A expulsão ocorreu em novembro do ano passado, em um julgamento sumário. Um exame de rotina constatou em sua urina a substância codeína, analgésico sintético que copia a morfina. Ela garante que nunca usou drogas e o analgésico teria sido prescrito por um dentista de Maryland, após a extração de dois pré-molares.

“Houve um profundo mal-entendido. Tenho a receita do médico para provar”, afirma Graciela, que não teve direito de defesa. Devido a uma falha
administrativa, o endereço em que a Mari-nha tentou notificá-la estava incompleto e a correspondência voltou. Quando tomou conhecimento da notificação, o caso já estava encerrado e o prazo de recurso havia expirado. “Por causa disso, não tive tempo suficiente para produzir as provas de minha inocência”. Em ofício protocolado na Justiça Militar, Graciela pediu a reabertura do processo e anexou carta do dentista, um chinês chamado Kim Hunjin, além da nota fiscal do remédio Tylenol 3, comprado no CVS. “Não tinha a menor ideia de que se tratava de um narcótico ou teria avisado quando fiz o exame”, acrescentou.

Além de ter a carreira militar interrompida, Graciela foi obrigada a devolver as oito condecorações que recebeu por mérito, entre elas as medalhas de serviços prestados à Defesa Nacional, à Otan e à guerra contra o terrorismo. “Graciela está sendo vítima de uma grande injustiça. Ela é uma garota meiga, extremamente inteligente e obstinada pela carreira militar. Sonha tornar-se médica da Marinha e sempre foi uma aluna exemplar”, afirma o advogado da família, Maurício Gomes. “Inconcebível que alguém como ela venha a ser classificada como usuária de drogas de uma hora para outra”.

Para tentar mudar o destino de Graciela, seu pai, Samuel Saraiva, um dos fundadores do PDT em Rondônia, decidiu recorrer à presidente Dilma Rousseff. Ele enviou, por meio da embaixada brasileira nos EUA, uma carta em que narra o drama da filha e faz um apelo para que o tema seja abordado no encontro que Dilma terá em março com o presidente Barack Obama, em Brasília. “A honra é um bem valioso. A recomendação política de Vossa Excelência, uma palavra que seja, restabelecerá a verdade”, escreveu. Uma carta similar foi também encaminhada ao presidente Barack Obama.

Samuel alega que, em episódios recentes, como o caso do menino Sean Goldman e o acidente com o Legacy pilotado por dois americanos e que levou à morte de 154 pessoas, “o governo americano interveio agressivamente” para ajudar seus cidadãos. “Esses antecedentes reforçam o direito de Vossa Excelência de intervir em favor da Graciela, que leva a bandeira brasileira até quando vai a celebrações na base americana”, diz Samuel na carta a Dilma. Para o pedetista, que há anos trabalha como jornalista nos EUA, uma ação diplomática do governo seria “condizente com a nova posição do Brasil” no cenário internacional.

Saraiva integrou o contingente do Destroier USS Donald Cook, de 2008 a 2010, em missões da Otan contra piratas no Golfo de Aden, no norte da África. Foi condecorada e indicada para promoção.

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