Brasileira informante do FBI no caso do governador de NY continua nos EUA
Condenada por porte de drogas e prostituição, a cafetina brasileira que se
tornou fonte oficial do FBI no caso que levou à renúncia do governador de New York, Eliot Spitzer , será deportada nesta sexta-feira. Andreia Schwartz, de 31 anos, aguardava a volta ao Brasil em liberdade graças a um acordo com promotores, pelo qual ela fornecia informações sobre as agências de prostituição para a qual havia trabalhado. Entre eles, estava o Emperors Club VIP, do qual Spitzer era cliente. O envolvimento do político com a garota de programa e aspirante a cantora Ashley Alexandra Dupré levou à sua renúncia. De acordo com a edição do "New York Post", Ashley não sabia que se tratava do governador. Ele se apresentava como "George Fox", a fim de esconder sua identidade.
As investigações sobre o ex-governador levaram a Justiça a adiar a deportação da cafetina, que recebeu sua sentença último no dia 5. Spitzer, identificado nas investigações como "cliente número nove", caiu depois de ter gasto mais de US$ 80 mil em encontros com prostitutas nos últimos quatro meses. Entre as clientes dele estava Ashley Alexandra Dupré , que também depôs à Justiça no caso. Spitzer será substituído por David Alexander Paterson , primeiro negro a governar NY e também o primeiro governador cego dos EUA.
A cafetina brasileira teve tanto sucesso que chegou a abrir o seu próprio
negócio, num apartamento da Rua 58, onde passou a agenciar outras garotas de programa. Entre seus clientes, também estava Wayne Pace, chefe do departamento financeiro da Time Warner.
Ela foi presa por um policial que se passou por cliente em junho de 2006.
Andreia explorava outras brasileiras, que levava aos EUA para curta temporada de trabalho, em seu luxuoso apartamento nas proximidades do Central Park. A brasileira cobrava de US$ 700 a US$ 1.500 por uma hora com as garotas, embolsando metade da tarifa. Quando ela própria era a preferida por um cliente, o preço subia para US$ 2 mil, segundo as investigações. A polícia disse que Andreia teria faturado US$ 1,5 milhão.
Andreia disse ao FBI que não conhecia o ex-governador de Nova York e que nem sabia que ele freqüentava o clube, mas foi por meio dos documentos bancários que ela apresentou aos investigadores que as contas do Emperor's Club começaram a ser rastreadas. Durante o período em que trabalhou para o clube freqüentado por Spitzer, a brasileira recebia seu pagamento por meio de uma empresa registrada pelo nome QAT Consulting.
Investigando as contas da QAT Consulting, os policiais federaisdescobriram que este era um outro nome fantasia usado pelo mesmo grupo que operava o Emperor's Vip Club. Foi então que Andreia se tornou fonte também para o modo como trabalhavam as garotas de programa do serviço online de prostituição.
- Estamos acompanhando o caso - disse Davino de Sena, secretário do consulado brasileiro em Nova York, acrescentando que ela teria sido condenada a um ano e meio de prisão. - Andreia esteve aqui na quarta-feira acompanhada de dois oficiais do serviço de imigração apenas para tratar do passaporte para sua volta ao Brasil.
Brasileira compraria um andar inteiro em condomínio de luxo, segundo o consulado, Andreia está incomunicável, sob a guarda do serviço de
imigração de Nova York. A participação da brasileira no processo contra o
governador será limitada aos depoimentos que prestou em relação ao seu próprio caso e aos documentos que ajudaram os investigadores a fazer o rastreamento financeiro do clube de prostituição.
Com um grupo de italianos, a brasileira estaria investindo na compra de um andar inteiro no prédio onde funcionava o Hotel Plaza, que está sendo reformado para se tornar um condomínio de luxo. O investimento seria de US$ 350 milhões, mas o advogado de Andreia, Anthony Lombardino, nega a operação.
Outras duas brasileiras que trabalhavam com Andreia também foram presas. Marta Nobrega, de 37 anos, e Cláudia de Castro, de 25 anos, tinham entrado nos EUA com visto de turista, e serão deportadas após cumprir um ano de prisão por prostituição, se forem condenadas.
A mãe de Andreia, Elsa Dias, que vive em Vila Velha, no Espírito Santo, disse que não vê a filha há dois anos.
O escândalo que derrubou Eliot Spitzer veio a público na segunda-feira, quando o "NYT" divulgou detalhes sobre o encontro do governador de Nova York com Ashley Alexandra, em um quarto de hotel. A relação de Spitzer com o Emperor's Club Vip foi descoberta em uma ligação grampeada pela polícia, que investigava a agência, uma das mais caras dos Estados Unidos.
Ashley, que aparece em documentos da Justiça como a garota de programa
"Kristen", compareceu ao tribunal na segunda-feira como testemunha contra quatro pessoas acusadas de envolvimento com uma rede de prostituição. Nem ela nem spitzer são acusados de qualquer crime até o momento.
"Eu apenas não quero ser vista como um monstro", disse a jovem, segundo o "NYT", em entrevista por telefone Registrada como Ashley Youmans, ela se mudou para Nova York aos 17 anos, onde mudou de nome e começou a trabalhar em boates como cantora. Agora, ela se diz preocupada com o pagamento do aluguel, já que o homem com quem vivia saiu de casa depois de ela descobrir que ele havia assumido a paternidade de duas crianças. Ashley pensa em trabalhar no restaurante de um amigo ou voltar a morar
com sua família em Nova Jersey "para relaxar".
