Brasileira não resiste e morre ao ser transferida da Flórida para hospital em São Paulo

Por Marisa Arruda Barbosa

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A comunidade brasileira no sul da Flórida sente um misto de indignação e luto com a morte da estudante Dimitria Rocha de Carvalho, de 21 anos, durante transferência em um avião da Flórida para um hospital em São Paulo, no dia 10.

Dimitria foi internada no início do ano ao sofrer um grave acidente de motocicleta. Segundo sua mãe, Rosângela Rocha, ela só tinha 1% de chance de vida quando chegou ao North Broward Hospital, em Pompano Beach, há 10 meses. Ela havia quebrado o fêmur, retirou o baço, os pulmões foram danificados e os rins pararam de funcionar.

Ao longo dos meses, ela apresentou melhoras e até começou a andar novamente, segundo sua mãe. Mas, há pouco mais de um mês, a jovem teve uma recaída e voltou para a UTI.

Em conversa com o GAZETA, Rosângela estava muito fragilizada. Sem muitos detalhes, ela explicou que embora nem ela e nem o médico de Dimitria concordassem, sua filha foi colocada em um avião especial com destino a um hospital em São Paulo, que aceitou recebê-la.

“Ela estava muito frágil e eu implorei para a administradora do hospital que deixasse que minha filha ficasse mais um mês, pelo menos. Mas ela disse que não seria possível”, disse a mãe transtornada, que veio para a Flórida por causa do acidente da filha. Elas não tinham seguro e a conta hospitalar já passava de $1 milhão de dólares. Segundo a mãe, o médico havia dito que tudo que o hospital podia fazer era mantê-la viva, sem tratamentos.

Dimitria foi acompanhada de seu noivo em um avião especial. A viagem era de 12 horas e o avião teria que fazer quatro paradas para abastecer. Na primeira parada, no Caribe, a mãe conta que, segundo o noivo, Dimitria estava bem. Quando chegaram em Manaus, ela também parecia bem, motivo pelo qual ele foi buscar um remédio para dor de cabeça para ele. Quando voltou ao avião, ela já estava sendo transferida para um hospital de emergência e não resistiu, morrendo na ambulância. Não está claro se o avião foi cedido pelo hospital americano.

Rosângela estava embarcando para Manaus na noite do dia 10 para liberar o corpo no Instituto Médico Legal.

Dimitria tinha vindo para os Estados Unidos com seu noivo para estudar inglês.

Ao longo dos últimos dez meses, a comunidade brasileira uniu-se para levantar fundos e ajudar a família. O GAZETA perguntou a Rosângela se ela precisava de ajuda nesse momento.

“Tudo que eu sei agora é que minha filha está morta”, respondeu.