Brasileira sentenciada à extradição para os EUA reclama de abuso de poder
Na carta, ela enumera em 63 páginas razões pela qual a decisão inclui “abuso de poder”, a perda de sua nacionalidade brasileira e cita trechos comentados dos autos do processo.
Presa há um ano em Brasília, Cláudia tornou-se, no fim de março, a primeira pessoa nascida no Brasil a se ver diante de uma extradição iminente. Por três votos a um, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou, no último dia 28, que a carioca seja entregue à Justiça dos Estados Unidos, onde ela é acusada de ter assassinado o marido há exatamente uma década.
O documento data de 31 de março, três dias após a sentença desfavorável no STF, e traz pesadas críticas à condução de seu processo e uma série de ataques ao ministro Luís Roberto Barroso, relator do caso no Supremo. “O ministro Roberto Barroso obteve a maioria dos votos da Primeira Turma para roubar a minha nacionalidade brasileira e permite que os Estados Unidos, a nação mais poderosa do planeta, me retire do Brasil no prazo de 60 dias”, afirma Claudia na carta, onde a expressão “abuso de poder” é utilizada diversas vezes.
A principal queixa da contadora, sustentada pelos advogados de defesa, é em relação à perda da nacionalidade brasileira, determinada também pelo STF em abril do ano passado, na mesma decisão em que foi decretada a prisão. Antes, em 2013, o Ministério da Justiça já havia cancelado a cidadania de Cláudia, mas recursos levaram o caso primeiro ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e, depois, ao Supremo. A Corte entendeu que, no momento em que fez um juramento à bandeira americana, a carioca abriu mão voluntariamente da nacionalidade brasileira.
A defesa de Cláudia afirma que aguarda apenas a publicação do acórdão com a decisão para impetrar novos recursos. O documento foi intermediado para o Jornal Extra pelo atual marido de Cláudia, o motorista Daniel Alves Barbosa, de 46 anos, com quem está casada há dez anos.
A se confirmar a extradição, algumas medidas impostas pelo ministro Luís Roberto Barroso terão que ser cumpridas pelos Estados Unidos, como pena máxima os 30 anos de prisão, tal qual ocorre no Brasil, a contadora também não poderá ser condenada à morte, que ainda é aplicada no estado de Ohio.
Com informações do jornal EXTRA.
