Brasileira separada do filho na fronteira indica mudança do DHS em pedidos de asilo

Por Gazeta News

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A realidade de famílias imigrantes detidas na fronteira e separadas em centros de detenção de imigração nos Estados Unidos está mudando. Antes, as famílias eram liberadas e respondiam ao processo administrativo em liberdade, mas o caso de uma brasileira mostra que o governo esté mudando as regras e disposto a desencorajar famílias a travessarem a fronteira. Identificada como Jocelyn, a brasileira estaria fugindo de violência doméstica no Brasil e entrou nos EUA com seu filho no dia 14 de agosto do ano passado e alegou que o filho também estava sendo ameaçado por gangues, por isso iria se candidatar ao asilo no país. As informações são do Los Angeles Times. Entrentanto, a brasileira foi detida e levada para um um centro de detenção no Texas, enquanto seu filho foi levado para um abrigo em Illinois. O objetivo não dito, dizem os defensores, é desencorajar os pais de cruzarem ilegalmente ou tentar solicitar o asilo. A prática chamada de “captura e libertação” pela imigração já era questionada pelo Department of Homeland Security como falha nas leis de imigração que acaba permitindo a entrada e permanência de famílias de imigrantes no país. Leia mais sobre essa política emApreensões na fronteira diminuem, mas DHS cobra mudanças nas leis Famílias de imigrantes como a de Jocelyn não eram separadas. Geralmente respondiam a processo administrativo em tribunais de imigração, mas eram mantidas unidas ou recebiam avisos para comparecer nos últimos processos judiciais. Entretanto, segundo advogados de imigração e defensores dos imigrantes, agora, a prática de separar as famílias que pedem asilo está aumentando. No Arizona, o Projeto Florence Immigration and Refugee Rights, com sede em Tucson, viu 213 casos desse tipo no ano passado, um aumento em relação aos 190 casos do ano anterior. A diretora legal Laura St. John disse que o grupo já serviu 23 famílias separadas este ano. O Serviço Luterano de Imigração e Refugiados informou uma dúzia de casos de separação familiar. O Instituto Hope Border insistiu em advogados que representavam 90 requerentes de asilo na área de El Paso entre junho e novembro de 2017 e descobriram que 94% tinham clientes separados de seus filhos. Os advogados contataram pelo menos 70 casos de pais cobrados e separados de seus filhos nos últimos seis meses. Os ativistas e profissionais de imigração sugerem que a prática está se espalhando pelo país. O advogado de migração, Bridget Cambria, lidou com 15 casos de separação familiar, incluindo várias mães acusadas de delito e separadas de seus filhos em El Paso. Na semana passada, 75 deputados do Congresso liderados pelo deputado Lucille Roybal-Allard (D-Downey) enviaram ao secretário da Segurança Interna uma declaração de indignação com relação ao aumento das separações familiares e exigiram que o DHS explique sua política dentro de duas semanas. Em abril do ano passado, o Procurador-Geral dos EUA Jeff Sessions emitiu orientação para um processo mais agressivo contra aqueles que reentram ilegalmente no país. O número de famílias de imigrantes que entraram ilegalmente no país pela fronteira aumentou no verão do ano passado, segundo o DHS. Os pais foram detidos, mas seus filhos foram reclassificados como menores não acompanhados e colocados em abrigos em todo o país pelo Office of Refugee Resettlement.