Brasileira será chefe de gabinete do novo secretário-geral da ONU

Por Daniel Galvão

Security Council meeting on Afghanistan

A embaixadora Maria Luiza Ribeiro Viotti é uma das três mulheres indicadas por António Guterres, que assumirá o cargo de secretário-geral da ONU a partir de 1º de janeiro, para ocupar um posto no alto escalão da entidade em sua equipe. As outras duas são a ministra do Meio Ambiente da Nigéria, Amina Mohammed, que será a nova subsecretária geral; e a coreana Kyung-wha Kang, que será assessora para assuntos políticos da organização.

De acordo com Maria Luiza, que concedeu entrevista a veículos da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), dois dos principais temas que serão prioridades na nova gestão da ONU são a crise dos refugiados da Síria e as reformas internas da entidade. Mas, segundo a embaixadora brasileira, Guterres está preparado para os desafios - ele esteve na última década cuidando desse tema em outros organismos internacionais.

“Ele esteve por dez anos à frente do Alto Comissariado da ONU para Refugiados e vivenciou de muito perto a escalada do problema, visitando áreas de conflitos e campos de refugiados. Então, ele trará uma experiência própria, pessoal e uma vivência muito aguda do problema”, disse Maria Luiza.

Sobre as mudanças na composição do Conselho de Segurança da ONU – vaga que o Brasil pleiteia há anos –, Maria Luiza explicou que a questão é complexa. Segundo a futura chefe de gabinete do secretário-geral, a ideia da reforma vem ganhando cada vez mais aceitação interna por conta da realidade política internacional. Entretanto, a garantia de uma cadeira requer a aprovação de dois terços dos países-membros e a aprovação e ratificação de cinco membros permanentes.

Maria Luiza adiantou ainda que a paridade com homens, além do combate à violência contra a mulher, e o clima no mundo continuarão na pauta de prioridades da nova gestão da ONU.