Brasileira envolvida em esquema de casamentos falsos

Por Gazeta News

A brasileira Maria-Helena Knoller está no centro das atenções da imprensa depois que uma reportagem investigativa, produzida pela Universidade Northeastern de Connecticut, jogou luz nos casamentos fraudulentos por Green Card. Knoller foi presa há três anos e se declarou culpada, em fevereiro de 2010, por comandar um esquema de casamentos falsos em Massachusetts, Connecticut e Vermont.

Na ocasião de sua prisão, os investigadores apreenderam U$117.000 em dinheiro na sua residência, 61 alianças de ouro que seriam usadas para os casamentos e um livro de registros com os nomes de 70 casais que se casaram através do esquema.

Segundo a justiça, a brasileira cobrava até U$12.000 para conseguir um parceiro para brasileiros se casarem com cidadãos norte-americanos. Em alguns casos, ela cuidava até do divórcio após o imigrante receber o Green Card.

O caso abriu as portas para um questionamento dos promotores de como é simples para um imigrante obter a residência permanente através de um casamento falso.

O governo federal estima que dos 200 mil casamentos anuais que resultam em um imigrante recebendo o Green Card, até 30 por cento são falsos.

“O processo de eliminar a fraude em casamentos é quase impossível”, disse David Seminara, um ex-agente consular dos Estados Unido, que escreveu em 2008 um estudo sobre a falha em identificar fraudes em petições imigratórias preenchidas dentro e fora dos EUA. “Mesmo quando documentação é requerida para mostrar que o casal vive junto, é fácil fraudar. São muitos requerimentos e poucos funcionários para lidar com os processos”.

A brasileira levava os “clientes” para estados como Vermont, onde não se requer tempo de espera ou prova de identidade, para se obter uma certidão de casamento. Trinta e dois casamentos pelos quais ela está sendo acusada de arranjar, foram realizados em Connecticut e Massachusetts e vinte e dois em Brattleboro, Vermont.

Maria-Helena Knoller foi liberada mediante o pagamento de uma fiança de U$100.000 e atualmente trabalha em um Dunkin Donuts, em Chicopee, enquanto aguarda pela sentença. Ela se recusou a falar com a reportagem. Porém, papéis da Corte e entrevistas mostram que ela fez pouco esforço para se esconder. Ela vivia confortavelmente com o esquema que conduzia. Em 2006, um ano após ela começar as fraudes, Maria-Helena e seu segundo marido, compraram uma casa na cidade de Holyoke dando uma entrada de U$57.000 em dinheiro. Eles são donos de duas propriedades de aluguel em Chicopee.

A acusada chegou nos EUA em 1990 e se legalizou casando com Herbert Knoller, um alemão que estava com visto de trabalho na ocasião. Os dois se separaram em um divórcio complicado. Ela casou novamente.

Por um período de tempo, a brasileira trabalhou para um advogado de imigração, em Springfield. No início de 2005, ela começou a arrumar casamentos falsos.

Segundo as autoridades, ela promovia festas na sua casa e convidava porto-riquenhos que moravam na região e também brasileiros. Muitos dos casamentos arranjados por ela eram entre brasileiros e porto-riquenhos.

A Imigração foi atrás de todas as pessoas que se casaram após o esquema montado pela brasileira ter sido descoberto. Todos eles receberam uma visita de agentes federais e foram informados que correm o risco de serem deportados.