Brasileira tenta tirar filho de abrigo após cruzar fronteira dos EUA

Por Gazeta News

karina de souza e o fillho reprodução facebook
[caption id="attachment_168901" align="alignleft" width="355"] Lídia Karina de Souza com o filho. Foto: reprodução Facebook.[/caption] Uma das inúmeras mães, pais eou responsáveis brasileiros que estão separados do (as) filho (as) ao atravessar a fronteira dos Estados Unidos, Lidia Karina Souza, de 27 anos, tenta há mais de duas semanas tirar o menino de 9 anos do abrigo onde ele está em Chicago. "Já passaram 16 dias, mas não se preocupe. Está chegando ao fim. Fique bem. Fique com Jesus. Com Deus do nosso lado, tudo vai dar certo. Eu te amo.", disse ao falar pelo telefone com o garoto depois de 15 dias. Mãe e filho falaram pela última vez no nono aniversário da criança, há uma semana e a próxima conversa está marcada para quarta-feira, 27. As informações são do "New York Times". Ela e a criança fizeram a travessia da fronteira em 29 de maio, enquanto ainda vigorava apolítica de tolerância zero contra os imigrantes que atravessam a fronteira ilegalmenteimplementada pela administração de Donald Trump. A medida previa que o adulto que chegasse irregularmente ao país fosse preso para responder a um processo criminal e a criança seria encaminhada para um abrigo. “Estou indo para um lugar com outras mães. Você vai a um lugar para crianças”. Após a travessia da fronteira, a brasileira alegou ter medo de voltar ao Brasil e que desejava conseguir asilo nos Estados Unidos. No dia 30 de maio, um agente usando um tradutor online para lhe explicar que, como ela havia atravessado a fronteira ilegalmente, ela seria presa e o menino encaminhado para um abrigo. O jornal conta que o menino chorou e viu a mãe ser algemada. Agora, depois de mais de 15 dias longe do filho e como teve autorização para sair do abrigo e se reunir com parentes em Massachusetts, ela pode conversar com o garoto por telefone e o acalmou. "Eu vou fazer de tudo para te tirar daí. Eles precisam de tantos papeis", disse. "Não chore. Você vai ganhar um Nintendo e uma festa de aniversário. Não se preocupe ”, acrescentou. Mesmo conseguindo falar por telefone com o filho, ainda não está claro quando ela conseguirá se encontrar pessoalmente com ele. Segundo o Boston Globe, o escritório de advocacia Jeff Goldman assumiu o caso de Lidia e entrou com um processo em um tribunal de Chicago, onde o menino está em um abrigo para menores imigrantes de responsabilidade da ONG Heartland Alliance. Dificuldades de contato Em alguns casos, os pais não sabem com exatidão onde o filho está abrigado. Já algumas crianças estão em alojamentos muito distantes dos responsáveis e o contato via telefone é difícil. A brasileira tentou sem sucesso um primeiro contato telefônico após ser liberado e não conseguiu. “Eu estava devastada, desesperada, louca”, disse ao jornal. Dias depois, eles conseguiram conversar por telefone pela 1ª vez. Ela foi informada de que ele teve catapora e precisou ser isolado. Na conversa, o menino soluçava e implorava para que a mãe fosse buscá-lo. Desde então, eles foram autorizados a conversar por telefone duas vezes por semana por 10 minutos a cada vez. Itamaraty “Temos casos de menores brasileiros que permanecem em um abrigo por causa das novas demandas, que acabaram intimidando parentes que queriam trazê-los para casa”, disse Luisa Lopes, diretora de assuntos consulares para brasileiros no exterior. O Ministério das Relações Exteriores informou na segunda-feira, 25, que cerca de 51 menores brasileiros estão em abrigos nos EUA atualmente. Decreto para reunir as famílias Na semana passada, depois da polêmica dos menores nos abrigos, no dia 20, Trump assinou umdecreto executivo determinando que as famílias fossem mantidas reunidas. Desde então, 500 crianças já se reuniram as suas famílias, porém mais de 2 mil seguem separadas dos seus representantes legais. Segundo as autoridades, a colocação em prática da determinação tem enfrentadoproblemas burocráticos e logísticos. Atualmente, as famílias de imigrantes estão abrigadas em instalações na Pensilvânia e no Texas que têm uma lotação total de cerca de 3,3 mil camas e já estão com uma taxa de ocupação de 79%, de acordo com a Agência de Imigração U. S. Immigration and Customs Enforcement (ICE). Levando em conta o número de famílias cruzando a fronteira ilegalmente, o governo ficará sem leitos rapidamente nestas instalações, as únicas do país em condições de abrigar famílias. Em maio, a Patrulha de Fronteira prendeu mais de 9.400 familiares que atravessavam a divisa sul sem permissão.