Brasileirão ou Americanão? - Show de Bola

Por César Augusto

20110710-2-650x291

Pela primeira vez na vida eu estou dividido. Não sei se meu interesse maior é no Campeonato Brasileiro ou nos campeonatos de futebol dos Estados Unidos. O Brasileirão tem aquela paixão de sempre. No Brasil, você nasce torcendo para um time. Antes de mamar pela primeira vez, o seu pai já arrumou um jeito de colocar aquela roupinha do “time da família”. Mudar de time deveria ser proibido. Isso é tradição. É de sangue. É genético.

Aqueles “tios” que fazem a cabeça da criança e a levam para o “dark side”, fazem torcer para outro time, deveriam ser presos e expulsos do país. Nunca mais deveriam ser convidados para o Natal. O nome tem que ser apagado da árvore genealógica. É coisa muito séria! Imagina a dificuldade que eu tenho para fazer meu filho torcer pelo Guarani. Tenho, dentro das possibilidades, alcançado um certo sucesso. Outro dia ele chegou inconformado em casa.

- Pai, o Tiziano falou que o Barcelona é melhor do que o Guarani.

Minha reação foi imediata:

- Filho, sei que o Tiziano é seu amigo, mas ele não entende de futebol. Pergunta para ele se o Barcelona já ganhou do Duque de Caxias. Nunca! Você foi no jogo. O Guarani ganhou de 4 a 1. Então, o Guarani é muito melhor.

Parece que o convenci, pelo menos por enquanto. Mas o Guarani não é mais o mesmo. O futebol brasileiro não é mais o mesmo. Os mais fanáticos vão achar que estou errado, mas é só puxar pela memória e se lembrar do seu time há poucos anos. Era muito melhor. Os jogadores se identificavam muito mais com a torcida. Muitos craques desfilavam talento pelos campos do Brasil. Agora, um ou outro. Claro que tem uns caras bons, mas nada que suporte uma comparação com um passado não muito distante. Futebol dos EUA Aí, abro meus olhos para o futebol dos Estados Unidos. Ele começou a chamar a atenção com a contratação do Kaká pelo Orlando City. Já fiquei com vontade de entender um pouco mais o funcionamento da MLS. Mas Orlando é longe, não dá pra ir assistir aos jogos direto.

Aí, um grupo de brasileiros compra o Strikers, que fica aqui pertinho, no “quintal de casa”. E esse grupo ainda ganha o reforço do Ronaldo Fenômeno, que é um dos sócios do time. O Strikers não está na MLS, que é considerada a principal liga dos Estados Unidos. O time vai disputar a NASL. Os “menos avisados” definem essa liga como uma segunda divisão. Não é por aí. A NASL já foi a maior liga dos Estados Unidos. Foi onde jogou o Pelé, quando estava no Cosmos. Por problemas financeiros, a Liga faliu e agora está voltando. É uma liga nova.

O primeiro jogo do Strikers vai ser no dia 4 de abril, exatamente contra o Cosmos. Raul, aquele atacante craque da Espanha que foi ídolo no Real Madrid, está no Cosmos. O Strikers acabou de anunciar seu novo camisa 10. Leo Moura saiu do Flamengo para jogar aqui. A promessa é de que outros jogadores cheguem e que muita coisa legal seja feita para atrair a atenção dos brasileiros.

Claro que o Guarani ainda é o meu time do coração, até para não deixar meu pai chateado, mas acho que chegou a hora de escolher um segundo time por aqui. Ou seja, acho que agora sou “Strikers desde criancinha”.

Avaliações da semana BOLÃO Duda A jogadora brasileira de handebol foi eleita a melhor do mundo. Essas meninas, dessa geração, fizeram história. É um esporte muito praticado nas escolas do Brasil, mas nunca conseguia decolar. Decolou e está voando. BOLACHA Ronda Rousey Ganhou mais uma. Agora ela finalizou a adversária em 14 segundos. Já entra para a lista dos maiores lutadores de todos os tempos. Dana White a considera um “Tyson de saias”. Falta adversária para a americana. Está pintando uma luta com a brasileira Cris Cyborg, que também é “casca grossa”. Até lá, Ronda fica com a bolacha. BOLINHA Racismo Autoridades de trânsito da Inglaterra anunciaram que investigam o comportamento de alguns torcedores do Chelsea. O problema aconteceu depois da vitória do time contra o Tottenham. Segundo relatos de passageiros de um trem que viajava entre Londres e Manchester, torcedores da equipe londrina apresentaram “comportamentos racistas” nos vagões. É triste pensar que ainda existem idiotas que se comportam assim.