Brasileiro despreza identidade latina, mas quer ser líder regional, diz pesquisa

Por Gazeta News

São Paulo- SP, 23/12/2013- Movimento de consumidores na região da rua 25 de março, tradicional centro do comercio popular da cidade, na véspera do natal.
[caption id="attachment_102895" align="alignleft" width="200"] Foto Paulo Pinto/Fotos Públicas[/caption]

Uma pesquisa inédita de opinião pública confirmou o que historiadores já sabiam: o brasileiro despreza a América Latina, mas ao mesmo tempo se vê como líder da mesma. Apenas 4% dos brasileiros se definem como latino-americanos, ante uma média de 43% em outros seis países latinos (Argentina, Chile, Colômbia, Equador, México e Peru).

Os brasileiros avaliam que o país seria o melhor representante da América Latina no Conselho de Segurança da ONU, mas não quer livre trânsito de latinos por suas fronteiras nem priorizar a região na política externa.

Em uma das questões, os entrevistados deveriam apontar os gentílicos e expressões com os quais mais se identificavam. A principal resposta foi “brasileiro” (79%), seguida por “cidadão do mundo” (13%), “latino-americano” (4%) e “sul-americano” (1%).

Também foi perguntado em qual região do mundo seu país deve prestar mais atenção. O Brasil foi o único na pesquisa a não priorizar a América Latina, apontando que o foco da política externa deve ser a África (24%), depois América Latina (16%), seguida de perto por Europa (13%) e América do Norte (9,5%).

Para os autores da pesquisa, os resultados comprovam que a autoidentificação do brasileiro é tênue e ambivalente, marcada pela percepção de pertencer a uma nação diferente dos vizinhos, seja pela experiência colonial, língua ou processo de independência distinto. A economia por muito tempo fechada aos vizinhos, a geografia continental que dificulta conexões físicas e o histórico diplomático também ajudam a explicar o “isolamento” brasileiro, acreditam os pesquisadoeres.

Os resultados integram o projeto The Americas and the World: Public Opinion and Foreign Policy (As Américas e o Mundo: Opinião Pública e Política Externa). No Brasil, o responsável pela iniciativa é o Instituto de Relações Internacionais da USP (Universidade de São Paulo), que aplicou 1.881 questionários no país.

Fomte: BBC Brasil.