Brasileiro em coma está prestes a ser expulso de hospital em Pompano Beach

Por Marisa Arruda Barbosa

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Há 10 meses, um trágico acidente fez com que a família de Lucas Oliveira, de 22 anos, que está em coma no Broward Health North, viva um luto diário. Todos os dias, a irmã Hemilly, de 25 anos, ou seus pais, visitam o jovem. “Mas, no fim de semana passado, quando chegamos ao hospital, eles negaram a nossa entrada”, relata a irmã.

Lucas sofreu um trágico acidente de moto em abril de 2014. Quando chegou ao hospital depois do acidente, o jovem passou por várias cirurgias para desinchar o cérebro, e a cada novo procedimento, uma nova conta chegava para a sua família. “O hospital tem sido implacável, mas nunca tinha chegado a esse ponto, onde não podemos nem mesmo vê-lo”.

Lucas não tem seguro de saúde e nem papéis de imigração. Ele e sua família chegaram de Curitiba aos Estados Unidos em 2001, quando ele tinha oito anos e desde então Hemilly foi a única da família que conseguiu regularizar a situação imigratória. O episódio de sábado foi o ápice de uma pressão financeira que a família tem sofrido por conta do hospital. “Não posso reclamar de nada que o hospital tem feito, mas depois de sábado o que queremos fazer é tirá-lo de lá e colocá-lo em uma casa de recuperação. Andei pesquisando os preços e me assustei, pois isso nos custará no mínimo $3 mil dólares por mês, mais todos os remédios que ele toma. É por isso que decidi pedir ajuda à comunidade”, explicou Hemilly, que estuda enfermagem no Palm Beach State College.

O advogado de Hemilly, Marc Wites, relatou ao GAZETA que trabalhou nos últimos dias para conseguir restaurar o direito de visita da família Oliveira ao hospital. “O hospital concordou em deixá-los visitar Lucas. É contra a lei hospitais negarem o direito de visita a familiares por motivos econômicos. Hemilly e seus pais visitam Lucas diariamente e estão rezando para que ele se recupere”.

Mesmo assim, Hemilly luta para tirar o irmão do hospital para que sua família deixe de ser pressionada. Hemilly foi aconselhada a não tratar mais diretamente com o hospital, algo delegado a seu advogado. Ela está divulgando nas redes sociais uma conta que criou no GoFundMe.

Acidente Hemilly relata que o acidente aconteceu em Coral Springs, em uma noite quando Lucas foi atingido por um carro. “Ele não estava bêbado, usava capacete, colete, tudo que é exigido para a segurança”, conta. “Mas ele foi atingido fortemente, quebrou vários ossos, teve fratura exposta e chegou em coma ao hospital”.

A motorista do carro que atingiu Lucas parou e seu seguro foi acionado, mas todo o dinheiro que recebeu foi para o hospital e o advogado. “Imagine, depois de 10 meses a conta dele chega a milhares e milhares de dólares”, estima. “Através do advogado, eu consegui adquirir os direitos de decidir qualquer coisa pelo meu irmão, já que meus pais também não têm papéis. Imagine, eu tenho 25 anos e tenho a guarda de meu irmão, de 22 anos”.

Quando Lucas se acidentou, Hemilly e seus pais foram informados que ele tinha horas de vida. Em dois meses, ele passou por oito cirurgias. “Por isso, vê-lo em coma hoje é um milagre. Agora lidamos com a possibilidade de ele acordar a qualquer momento ou nunca mais. Mas eu leio muito sobre coma e sei que ele me escuta”.

Para ajudar Lucas acesse: www.gofundme.com/kt0cx8