Brasileiro informante do ICE ganha recurso contra processo de deportação

Por Gazeta News

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[caption id="attachment_161565" align="alignleft" width="354"] Renato Filippi teria entrado nos EUA ilegalmente em 2002. Foto: Union Lider.[/caption] O caso do brasileiro Renato Filippi, 58 anos, ganhou novo rumo depois que o Tribunal de Apelações do Primeiro Circuito de Boston declarou que o processo de deportação para o Brasil está suspenso pendente de recurso e, enquanto isso, o brasileiro permanece nos Estados Unidos. A decisão foi dada em nova audiência sobre o caso na última terça-feira, 20, e divulgada pela Associated Press. Filippi mora em Nashua, New Hampshire, ehavia recebido ordem de deportaçãopara novembro do ano passado, mas pela segunda vez, ganhou um tempo a mais de permanência nos Estados Unidos pela justiça. "Estamos muito satisfeitos", disse o advogado Robert McDaniel, de Meredith, que trabalhou com o advogado de imigração de Manchester, George Bruno, para tentar bloquear a deportação de Filippi. McDaniel e Bruno entraram com o processo federal para suspender a deportação em novembro, mas como os juízes não chegavam a um consenso sobre o caso e com o tempo dado ao brasileiro acabando, eles solicitaram que a Corte de Apelações do Primeiro Circuito de Boston intercedesse. Em novembro de 2017, o 1º Circuito de Apelações em Boston havia concedido mais tempo ao brasileiro porque precisavam rever o caso de Filippi. Três juízes responsáveis pelo caso disseram que não chegaram a um consenso sobre as questões jurisdicionais ou aos méritos da petição para revisão e, enquanto isso, o brasileiro permanece nos Estados Unidos. "Também estamos aliviados de que os tribunais parecem estar inserindo alguma sanidade e humanidade em nossas leis de imigração confusas", disse McDaniel. Filippi, que entrou ilegalmente no país em 2002, alega fugir das condições econômicas precárias e de perseguição no Brasil, foi pego logo depois que entrou no país e desde então cooperou com autoridades federais na investigação e apreensão de traficantes de seres humanos, os “coiotes”, e em troca recebeu documentos para ficar nos Estados Unidos e poder trabalhar. Ele recebeu social security, carteira de motorista e documentos de autorização de trabalho que permitiriam ficar nos Estados Unidos indefinidamente, desde que ele não cometesse nenhum crime. Sua esposa e sua filha posteriormente entraram no país legalmente e agora têm cidadania americana. Filippi trabalha para uma empresa em Manchester e fazia check-in regularmente na agência de Immigration and Customs Enforcement (ICE) de Queen City. Durante o check-in de setembro, ele ficou surpreso ao receber ordem para deixar o país até o dia 6 de novembro. Ele então entrou com processo contra o governo pelo acordo que tinha com a agência de imigração há 15 anos. Um juiz federal em New Hampshire alegou que não tinha jurisdição e o caso foi para o tribunal de recursos em Boston. Ele também convocou o Board of Immigration Appeals (Conselho de Recursos de Imigração) para reabrir o pedido de asilo feito em 2015, que foi negado na época. A decisão de terça-feira se estende até o período de novo recurso.