Brasileiro morre nos braços de amigo atravessando a fronteira com o México

Por Gazeta Admininstrator

Na tentativa de cruzar a fronteira mexicana para entrar clandestinamente nos Estados Unidos, o brasileiro Diego Armando Guimarães, de 24 anos, morreu na no dia 9, no deserto do Texas, segundo o amigo que o acompanhava, o balconista Cláudio Afonso Pereira, de 22 anos.

Eles haviam embarcado para o México no mês passado. O balconista, que foi preso nos Estados Unidos após cruzar a fronteira, disse para a mãe que enterrou o amigo no deserto porque não queria deixar que os urubus o devorassem.

A comerciante Laudicéia Oliveira, de 45 anos, conversou com o filho no dia 13 e disse que ele ainda está muito abalado com o que aconteceu.
“Ele está perturbado, está tendo até alucinações. Eles eram amigos de infância, o Diego morreu nos braços dele”, disse. De acordo com Laudicéia, o filho irá acompanhar a polícia do estado americano do Texas até o deserto, onde enterrou o colega, para procurar o corpo de Diego. “Ele disse que não sabe direito onde o corpo está. Quando Diego morreu, ele lembrou que chorava e pedia para o coiote (guia) ajudar a socorrer o amigo, mas o homem não quis ajudá-lo”, revelou.

Os amigos, que moravam em Ferruginha, distrito de Conselheiro Pena, no Vale do Rio Doce, a 458 km de Belo Horizonte, chegaram ao México no dia 26 de maio. Eles atravessaram a fronteira com os Estados Unidos e caminharam durante quatro dias pelo deserto do Texas. No dia 8 de junho, Diego, que estava acima do peso, começou a se sentir mal e teria morrido desidratado. Cláudio está preso na cidade de Houston.

A mãe de diego, Maria Araújo Guimarães, de 54 anos, é viúva há 22 anos, dona de casa e tem quatro filhos.

Ela conta que o caçula Diego era o único homem, e tentava chegar aos Estados Unidos para trabalhar em Boston, onde se encontraria com a irmã Graziella Mônica Guimarães, de 29 anos, que emigrou há seis anos.
Conforme Maria de Araújo, o filho tinha planos de voltar em cinco anos, depois de reformar a casa da mãe e abrir seu próprio comércio em Ferruginha.

A intenção do rapaz era sustentar a família sem sair de perto da mãe, que cuida de duas filhas com problemas mentais, uma de 36 e outra de 31 anos de idade.“A única coisa que quero agora é trazer o corpo do meu filho para enterrá-lo aqui, perto de casa”, diz.

Segundo a dona de casa, Diego parecia pressentir o que estava para acontecer. Quinze dias antes da viagem, ele sofreu um acidente de moto e sentiu fortes dores nas costas por uma semana. “Ele pediu que, se morresse, fosse cremado. Me fez prometer. Tinha medo de ser enterrado. Não sabia que estava prestes a ser enterrado e abandonado no meio do nada”.

O Ministério das Relações Exteriores apura o caso e informou que aguarda um posicionamento do governo americano sobre o paradeiro do corpo de Diego.

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