Brasileiro morto na Austrália usou LSD e foi cercado por 11 policiais

Por Gazeta News

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Uma investigação judicial, iniciada no dia 8, pela polícia do Estado de New South Wales, na Austrália, aponta que policias fizeram 14 disparos de armas de choque (tasers) contra o estudante brasileiro Roberto Laudisio Curti, no dia 18 de março deste ano, no centro de Sydney. Pelo menos cinco disparos atingiram o rapaz. Sem camisa e sem sapatos, Curti morreu na calçada, às 6h11, após ser acusado de roubar um pacote de biscoitos de uma loja de conveniências. No momento da morte, ele estava cercado por 11 policiais. As informações são do “Terra”.

No primeiro dia do inquérito, que deve esclarecer as causas da morte, imagens de câmeras públicas e privadas mostraram Laudisio fugindo da polícia. Já no chão, o brasileiro foi algemado, atingido por sprays de pimenta e recebeu novos disparos de taser. "É um grande número de disparos, que requer ser examinados", disse o assistente da Corte, Jeremy Gormly, durante o relato de abertura. Policiais também se ajoelharam sobre o corpo do estudante, sob o argumento de que ele ainda estaria tentando fugir, o que poderia ter provocado asfixia.

A autópsia não foi suficiente para determinar as razões que levaram à morte do estudante, mas esclareceu que Roberto Laudisio não tinha álcool no sangue e não era usuário frequente de drogas. Na noite anterior, no entanto, ele havia consumido parte de um comprimido de LSD, que foi dividido com outros dois amigos. Testemunhas disseram que o brasileiro estava eufórico e agitado. Inicialmente, a polícia respondeu à ocorrência como assalto à mão armada, informação desmentida ainda durante a perseguição.

Gormly afirmou, ainda, que Laudisio era saudável, estava em boa forma física e que as evidências sugerem que o brasileiro estava apenas tentando fugir da polícia, não representando ameaça para ninguém. "Seu comportamento estaria relacionado aos efeitos adversos da droga", ressaltou.

As irmãs do brasileiro Ana Luisa e Maria Fernanda Laudisio acompanharam quase toda a audiência, mas deixaram a sala durante a exibição das imagens das câmeras de segurança.

Os policiais envolvidos no caso, além de testemunhas e especialistas, serão ouvidos durante duas semanas. Presidida pela magistrada Mary Jerram, a Corte vai analisar também os procedimentos da polícia em relação à utilização do taser e do spray de pimenta, bem como o uso da força.