Brasileiro preso por falso alerta de bomba em voo está de volta ao Brasil

Por Gazeta News

brasileiro deportado

O brasileiro Francisco Fernando Cruz, de 23 anos, que ficou preso um ano nos Estados Unidos por causa de um falso alarme de bomba, está de volta à sua cidade, Sorocaba, desde a semana passada.

Francisco disse que aprendeu a levar as coisas a sério. "Aprendi a lição. Tem coisa que não dá para brincar", afirmou o jovem, no dia 20, depois de passar a noite com a família. "Também aprendi a não confiar plenamente nos amigos. Foram eles que me induziram a fazer a brincadeira. Depois que fui preso, sumiram".

O jovem foi deportado dos Estados Unidos e, durante a viagem de avião até o Rio de Janeiro, foi escoltado por dois agentes de imigração americanos. Ele só foi liberado depois de ser entregue à Polícia Federal brasileira no aeroporto de Galeão e, ainda nos EUA, foi levado ao aeroporto com algemas e tornozeleira. Ele disse que foi tratado com rigor na prisão, mas em nenhum momento sofreu ameaça ou maus tratos.

Quando chegou ao Rio, Francisco foi recebido por familiares e tomou um voo doméstico com eles, com destino ao aeroporto de Viracopos, no interior de São Paulo. Dali seguiu de ônibus para a casa da família, em Sorocaba. O rapaz quer agora retomar a vida no Brasil. Com a prisão, ele perdeu o trabalho e um ano do curso de Publicidade que fazia em Nova York.

Francisco foi preso em janeiro de 2014, depois de enviar mensagens eletrônicas ao Departamento de Polícia de Miami e à TAM Linhas Aéreas alertando sobre uma possível uma bomba no avião. Ele tinha viagem de volta para o Brasil, mas perdeu o voo. Usando o computador de uma universidade, encaminhou um e-mail para a polícia e outro para a empresa aérea alertando que o voo não deveria decolar, pois estava marcado para cair, já que haveria "carga perigosa" a bordo. O alerta mobilizou a polícia e a TAM, que teve de fazer uma cuidadosa inspeção no avião. Como nada foi encontrado, o voo foi liberado.

Ao embarcar num segundo voo, o rapaz foi detido já dentro do avião - sua mensagem havia sido rastreada e sua imagem identificada. Interrogado, confessou a autoria das mensagens e foi condenado a um ano e um dia de prisão por crime previsto na lei americana antiterror.

O estudante passou por penitenciárias de três estados americanos e dividiu cela com até 60 presos estrangeiros. Devido ao bom comportamento, a pena de um ano e um dia foi reduzida. Ele está impedido de entrar nos Estados Unidos por dez anos. As informações são do “Estadão”.