Brasileiro que traficava armas de Miami visitou o Brasil três vezes

Por Gazeta News

O brasileiro apontado pela polícia como chefe da quadrilha que enviou 60 fuzis de Miami para o Rio, Frederick Barbieri, de 46 anos, mora em Miami desde 2010, e visitou o Brasil pelo menos três vezes até 2015, quando já era procurado pela polícia brasileira acusado de tráfico de armas.

Barbieri tem residência permanente nos Estados Unidos e, segundo investigação, vinha levando uma vida de luxo em Miami. Só com o último carregamento descoberto no dia 1º de junho, ele lucraria em torno de R$ 3,5 milhões. Proprietário de empresas de importação e exportação, de acordo com investigadores ele já enviou pelo menos 30 carregamentos de armas para traficantes brasileiros, de Miami para o Rio.

Investigado desde 2009, Barbieri teve a prisão preventiva decretada pela Justiça Federal da Bahia em maio de 2015, mas até agora não teve seu nome incluído na lista vermelha da Interpol.

Em 2010, um contêiner enviado de Miami ficou retido no Porto de Salvador com munições e acessórios de armas de fogo de uso restrito em nome de Barbieri. Pelo medo de ser preso, em julho de 2012, ele se mudou para Miami, mas só três anos depois, em 2015, um mandado de prisão por tráfico internacional de armas foi expedido contra ele, tornando-o foragido da Justiça brasileira.

Mesmo procurado, Barbieri voltou a pisar três vezes em solo brasileiro em voos que saíam de Miami direto para o Rio - na última vez, ele saiu dos Estados Unidos em 29 de julho de 2015, e retornou em 20 de agosto, e nunca foi preso porque o mandado de prisão contra ele não teria sido incluído no sistema da Polícia Federal.

Em 2016, o Ministério Público Federal na Bahia pediu que o nome de Barbieri fosse incluído na lista vermelha da Interpol, mas o juiz Antonio Oswaldo Scarpa, da 17ª Vara Federal da Bahia, não concordou. O magistrado determinou que se o homem retornasse ao Brasil, poderia ser preso. Após a repercussão do caso na semana passada, o juiz disse que a situação será “reavaliada”.

O armamento, que estava escondido dentro de aquecedores de piscina, foi comprado legalmente nos Estados Unidos, e o preço pago em cada fuzil variou entre $1,8 mil e $ 2,5 mil dólares. No Rio, cada um seria vendido por até R$ 70 mil.

Depois de dois anos invetigando, Policiais da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme) e da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) descobriram, no dia 1º, os fuzis de guerra, além de munições, no Terminal de Cargas do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro. Os equipamentos aguardavam liberação da receita federal, após chegarem em dois voos de Miami. Todas as armas estavam com a numeração raspada. Trata-se da maior apreensão de armamento no Rio em dez anos.

Quatro homens foram presos no Brasil: Luciano de Andrade Faria, dono de uma transportadora; o despachante Márcio Pereira; João Vítor da Silva Rosa, que seria o responsável por revender as armas no Brasil; e José Carlos dos Santos Lins.

Com informações do G1.