Brasileiro salvo por colegas conta sobre experiência sobrenatural durante coma

Por Daniel Galvão

Valdo com a familia

A noite do dia 9 de dezembro de 2016 ficará para sempre na memória do brasileiro Valdo Soares. Exatamente duas semanas antes de completar 50 anos, ele - que trabalha no Banco do Brasil nos EUA há 13 anos na área de Controles Internos e que vive em Orlando com a família desde 2009 - viveu o maior susto de sua vida. Naquele dia, as 60 pessoas que trabalham na agência do BB na cidade participavam de uma festa de confraternização no I-Drive Nascar. Valdo conta que chegou por volta das 7pm e se juntou ao grupo que se divertia nas corridas de kart. Após o jantar, o brasileiro estava conversando com uma colega quando sentiu uma “ondulação” no peito e desmaiou. “Não havia nenhuma dor, mas foi tão rápida aquela sensação que a última coisa que falei foi ‘nossa!’ e apaguei na mesa”, contou ao GAZETA. A colega alertou as pessoas que estavam próximo para que o socorressem. Eles ainda não sabiam, mas tratava-se um ataque cardíaco.

“Como estávamos iniciando o jantar, a princípio eles achavam que eu tinha engasgado e começaram a prestar este tipo de socorro, mas logo notaram que eu não tinha pulso e não estava respirando”, explica Valdo, dizendo que, então, imediatamente os colegas começaram a fazer o procedimento CPR (cardiopulmonary ressucitation), massageando o coração e imediatamente chamando o serviço de emergência pelo 911. “Uma colega ficou com a operadora do 911 no telefone enquanto uma ambulância se deslocava para o local”, disse.

De acordo com o brasileiro, enquanto a atendente do 911 passava instruções à colega Elaine, outros três (Gustavo, Cristina e André) se revezavam no procedimento CPR - treinamento recebido na empresa e que ajudou a salvar sua vida naquele dia. “Um outro colega (Peter) segurava minha cabeça e tentava conversar comigo. Uma jovem que estava no local ao lado com sua família, no consulado itinerante, viu a movimentação e se juntou ao grupo porque também tinha treinamento CPR e queria ajudar. A situação demorou aproximadamente 11 minutos sem que eu tivesse retornado à consciência e os colegas me disseram mais tarde que o meu pulso voltou somente um pouco, mas não se estabilizou: continuava na mesma situação de ‘quasi-mortis’”.

A ambulância chegou ao local e deu continuidade ao CPR e usou também o desfibrilador, mas sem sucesso de imediato, levando o paciente para a emergência do hospital Dr. P. Philipps. Mais tarde, foi diagnosticado que Valdo sofreu uma parada cardíaca. “Os médicos informaram a minha esposa e amigos próximos que meu estado era gravíssimo e minhas chances de sobrevivência era de 50% e que, com certeza, eu teria sequelas pela ausência de oxigênio no cérebro por tanto tempo”, lembra Valdo, que ficou em coma por 3 dias.

O brasileiro conta que, durante este período, teve uma experiência sobrenatural. “Tive uma experiência de ter saído do corpo enquanto tudo isso ocorria. Sentia estar bem consciente da situação e via que minha vida corria sério perigo. Estava em um plano espiritual, mas bem próximo do plano físico e fui socorrido por espíritos de luz, verdadeiros anjos que ficaram me cuidando e me medicando no local e depois no hospital, enquanto a medicina da terra fazia também a sua parte”.

Valdo afirma que sua recuperação foi total e que médicos e enfermeiras lhe diziam que foi por um milagre que ele sobreviveu e não teve nenhuma sequela. “Vivo e valorizo minha vida todos os segundos, agradecido pela oportunidade de estar aqui ainda e poder continuar cumprindo a minha missão de trabalho no amor e no bem”.

O brasileiro reconhece ainda que o atendimento imediato de primeiros-socorros pelos colegas e continuado pelos socorristas garantiram que ele tivesse mais chances de sobreviver com qualidade.

Anualmente, 350 mil pessoas morrem nos EUA por paradas cardíacas. A American Heart Association orienta que a população se familiarize com o método CPR para ajudar a salvar vidas e cuidar melhor da saúde cardiovascular.