Brasileiro do sul da Flórida é acusado de aliciar menores próximo ao Parque Olímpico

[caption id="attachment_122557" align="alignleft" width="300"] Márcio Garcia de Andrade, 33 anos, está foragido.[/caption]

Sonhos de modelo: seu sonho feito realidade. A promessa de sonho, na realidade, foi um pesadelo na vida de muitas adolescentes, que eram aliciadas por uma quadrilha acusada de explorar sexualmente menores de idade. A agência ficava localizada próxima ao Parque Olímpico, na Barra da Tijuca (RJ), com intuito de atrair turistas.

A operação comandada pela Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV), no último 4, chegou a três apartamentos alugados. Um deles tinha a parede pintada de rosa, com bonecos e personagens infantis.

A quadrilha tinha à frente Márcio Garcia de Andrade, 33 anos, um brasileiro com cidadania americana que vivia em Miami, onde foi casado. Há informações que os pais do acusado também moram nos EUA. Andrade e seu “braço direito”, Jonathan Alves Mendes, de 24 anos, tiveram a prisão temporária decretada pela Justiça e estão foragidos.

Segundo a polícia, Andrade ficava em um dos apartamentos, para onde sempre levava a ‘namorada da vez’. “Elas iam de um andar ao outro, pelo elevador, inclusive, de calcinha e sutiã”, disse uma testemunha que não quis se identificar. “Elas estavam fantasiadas. Realmente embrulhadas para presente, com lacinhos ou maria-chiquinhas. Sempre com roupas minúsculas, barriga de fora. Todas nesta faixa etária: 14, 15, 16 anos”, conta.

De acordo com o DCAV, o esquema começou a ser montado um ano atrás. Para atrair as vítimas, Andrade montou sites que anunciavam: “Bolsa de estudos completa para modelos e candidatas a miss. Moradia em apartamento de luxo, assistência médica completa: dermatologista, dentista, encaminhamento para trabalhos de modelo através das melhores agências do Rio de Janeiro”.

No entanto, conforme as autoridades, a realidade era bem diferente, e acaba enganando até mesmo a família das vítimas. “Elas não podiam sair sem a presença de um motorista, de um funcionário deles”, contou outra testemunha, Cristiana Bento. Segundo ela, a maioria dos clientes não ia até o apartamento: “Elas eram conduzidas por um motorista e ele voltava com elas depois de um certo tempo. Ora saía com uma e voltava com outra”, afirma a testemunha.

Por telefone, a mãe de uma delas conta que chegou a procurar Jonathan. “Depois que eu descobri, o Jonathan não deixou eu pegá-la”. A testemunha ainda lembra de ocasiões em que as meninas foram negligenciadas: “Aconteceu relato de morador ouvir conversa do Jonathan pelo rádio com uma das meninas pedindo socorro. Alguém bateu nelas, algum cliente. E elas pedindo socorro, para ele ir lá ajudá-las e ele falava ‘faz o seu trabalho aí, que depois eu vou aí te pegar’”.

Após denúncias anônimas, a polícia chegou aos celulares dos bandidos e passou a monitorar as conversas. Márcio e Jonathan desconfiavam de que tinham sido denunciados por vizinhos e queriam se vingar.

Quando a polícia estourou o apartamento, encontrou desenhos e cartas infantis feitos pelas meninas, maconha, suplementos alimentares, remédios para ereção, kits de teste HIV, pílulas do dia seguinte e anticoncepcional injetável.

Segundo a delegada Cristiana Bento, os dois acusados vão responder pelo crime de exploração sexual de crianças e adolescentes e associação criminosa. Os dois já tinham escapado quando a polícia chegou e estão foragidos.

No Facebook, uma página foi criada com o nome “Falsa denúncia Márcio Garcia de Andrade”. Além de postagens o defendendo, há comentários de uma menor que se diz namorada do acusado, alegando que tudo não passa de uma injustiça.

A garota, menor de idade, também estaria escondida com Andrade. Segundo o pai dela, em entrevistas a jornais brasileiros, a filha foi aliciada e hoje se diz namorada do acusado porque quer ter uma vida “de rico”. O pai afirma ter procurado o Conselho Tutelar e a delegacia por cinco vezes, mas sem sucesso.

Com informações do Fantástico.