Brasileiros comemoram a aprovação do uso medicinal da maconha

Por Arlaine Castro

maconha-flickr

Na últimas eleições, realizadas no dia 8 de novembro, os eleitores americanos votaram referendos paralelos sobre diversos temas, que variaram da regularização da maconha, passando pelo uso de energia solar, até a pena de morte, em alguns estados.

Com 71% dos votos, os eleitores da Flórida votaram a favor da expansão do uso medicinal da maconha, e o Estado passa a ser o primeiro no sul do país a aprovar a emenda.Pacientes com câncer e outras doenças debilitantes poderão ter acesso, com prescrição médica.

No sul da Flórida, algumas pessoas que estão em tratamento ou que acompanham pacientes, comemoram a aprovação da emenda e enxergam nela (maconha) uma alternativa aos tradicionais remédios.

É o caso da brasileira Beatriz Moraes*, moradora no sul da Flórida que tem uma filha que sofre de autismo. Ela defende o uso medicinal da maconha, especialmente nos casos de crianças em que esse tipo de tratamento abrandaria os transtornos e diminuiria o sofrimento delas. “Minha filha é autista com sério problema de comportamento e problemas sensoriais. No caso dela, seria para ajudar a controlar os acessos de raiva”, declara.

Beatriz participa de um grupo no facebook intitulado MAMMA – FL (Mothers Advocating Medical Marijuana for Autism), que reúne pais e/ou responsáveis por crianças com autismo na Flórida, empenhadas em conhecer melhor e defender o uso medicinal da maconha para o tratamento.

Outra brasileira, a jovem Letícia Silva*, que mora em Coconut Creek e está há três meses em tratamento de um câncer. Ela menciona que já fez o teste sob supervisão médica e a erva realmente aliviou os efeitos colaterais da quimioterapia. “Após a quimioterapia, você sente fortes náuseas e a maconha medicinal tira essa sensação ruim e permite que você coma, por exemplo. Funciona melhor do que qualquer medicamento para náusea que o oncologista me passou”, declara.

A jovem ressalta também que os cientistas estão avançando nas pesquisas sobre o uso do óleo da planta que matam células cancerígenas, agindo diretamente no combate à doença. O Departamento de Saúde da Flórida tem até o julho de 2017 para aprovar as normativas relacionadas à emenda, e a partir de outubro, começará o registro de cultivadores e dispensários, assim como a expedição de cartões para os futuros pacientes.

*Os nomes utilizados foram trocados a pedido das entrevistadas.