Brasileiros condenados à prisão perpétua recusam pena menor

Por Gazeta Admininstrator

Os brasileiros Alaor do Carmo de Oliveira Junior, 45, e Reinaldo Eid Júnior, 49, condenados à prisão perpétua, no último dia 6, na Califórnia, por sequestro com a finalidade de obter resgate, poderiam ter tido uma pena menor e não aceitaram, segundo Andre Manssourian, vice-promotor que fez a acusação.

Presos, desde novembro de 2005, nos EUA, Oliveira Júnior, que morava em Borborema (SP), e Eid Júnior, em Novo Horizonte (SP), foram condenados por manter a brasileira Ana Paula Morgado Ribeiro e seu filho de cinco anos reféns, exigindo $14 mil de resgate.

Segundo a acusação, o crime ocorreu enquanto eles atuavam como “coiotes” [pessoas que ajudam estrangeiros a entrar ilegalmente nos EUA] no México. Eles não negam que atuavam como “coiotes”, mas rejeitam a acusação de sequestro e dizem ser vítimas de armação.

Para Manssourian, a pena de prisão perpétua se tornou “a única opção possível”, depois que os dois rejeitaram um acordo para que pegassem nove anos e quatro meses de prisão, limitando as opções - pela proposta, eles confessariam a prática de sequestro simples.

“A acusação de sequestro para obtenção de resgate é punida na Califórnia com prisão perpétua. Eu não inventei essa regra, não escrevi a lei.” Ele afirmou ter pensado, antes do julgamento, que “talvez [a pena] fosse muito dura”. “Mas eles não quiseram assumir a responsabilidade. Aí, a juíza não teve alternativa. Ela deixou claro que gostaria que os réus tivessem aceitado o acordo.”

O promotor negou que a vítima tenha testemunhado a favor dos réus, como sugerido pelo cônsul-geral adjunto em Los Angeles, Júlio Victor do Espírito Santo. “Sua família testemunhou para a acusação. Ouvimos o terror em suas vozes, como foram ameaçados de morte ou de serem escravizados em New York”. Os brasileiros ainda podem apelar e, caso percam, podem pedir liberdade condicional, após sete anos de prisão.

O Itamaraty informou que estuda a possibilidade de contratar advogado para atuar no caso. Também afirmou que o consulado brasileiro acompanha o processo e que repassa informações aos familiares.