Brasileiros participam da ocupação contra a corrupção na Times Square

Por Gazeta News

Por Gabriela Loschi/ Comunidade News

O movimento denominado Occupy Wall Street contou com alguns milhares de pessoas que lutavam a favor da punição dos culpados, incluindo bancos e políticos, de toda a crise financeira e corrupção mundial. A Times Square foi tomada por uma marcha de 2 mil manifestantes vindos de Wall Street, agregando-se a outros grupos de todas as áreas de direitos humanos que já estavam por lá com seus tambores, cartazes e gritos de guerra, no dia 15. O protesto também recebeu brasileiros que, por diferentes motivos, fizeram parte desse momento que começou em Nova York tendo como um de seus idealizadores o brasileiro Alexandre Carvalho. A matéria é de Gabriela Loschi, enviada para Nova York e publicada no “Comunidade News”.

O paulista André Segolin admite que não estava muito envolvido, mas achou o movimento importante: “Acho válido, por causa da falta de honestidade entre governo e o mundo business, porque ninguém fez nada. Fui de curioso e apoiando a manifestação de uma certa forma”. Ele também fez parte de um dos grupos que se organizaram para o evento.

Algumas pessoas tentavam passar pela Times Square, bem no meio do protesto, com bastante dificuldade devido ao grande fluxo de gente, sem saber ao certo o que estava acontecendo. Livia Tinoco, de 36 anos, era uma delas. A brasileira estava em Nova York a passeio e disse que apesar do tumulto, foi possível fazer todas as suas coisas. “Eu sabia de uma movimentação na área financeira da cidade, mas não sabia que aconteceria hoje aqui todo esse movimento.

Sinceramente, para uma cidade do tamanho de Nova York, não me impressiona esse número de gente reunida, protestos acontecem o tempo todo em todas as partes do mundo”.

Carolina Neri, de 30 anos, mora em Nova York há 6 anos, mas faz parte do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, que existe no Brasil desde 2009. “Esse movimento começou e tomou força nas redes sociais, como está acontecendo com o Occupy Wall Street, que já é grande e representa muito o que está acontecendo no mundo todo. É incrível a proporção que esse protesto tomou, começou há um mês quase que desacreditado e hoje já é mundial”, disse Carolina.

Como esse é um movimento basicamente anarquista em sua essência, pois não tem uma liderança específica e nem apresenta uma proposta alinhada de mudanças, as pessoas aproveitaram para dizer aquilo que mais as incomoda no mundo. “Não é porque não tem uma liderança que não é válido”, opinou Carolina. “Eu acredito em um mundo melhor, em um país melhor. Vim para o protesto pois não me conformo que com tanta corrupção, tanta sacanagem e dinheiro sujo, ninguém seja responsabilizado! Isso é um absurdo e o protesto vem aí para alertar sobre esses fatos”.

Já Paulo Soares, 48, estava indignado com o que via: “Posso falar o que eu acho? Que todas essas pessoas deveriam estar indo procurar emprego e parar de querer tirar os de quem já tem”. O brasileiro passava pela rua 46 no momento em que alguns policiais fechavam as ruas e impediam sua passagem para o outro lado. “Isso não vai dar em nada, logo logo será uma mera lembrança”.