Brasileiros relatam bullying sofrido pelos filhos em escolas da Flórida

Por Arlaine Castro

jander loureiro e familia
A mãe salienta que todos os episódios foram reportados à escola e também em um site do governo local pela própria Sophie. “É bom enfatizar que se a escola não der atenção, têm sites em que os pais podem reportar diretamente e daí a escola faz algo. A minha filha mesmo foi no site e denunciou porque a escola não dava atenção. Fizeram reunião e a trocaram de sala”, destaca. Diálogo e livro Vendo o sofrimento da filha, Pereira decidiu levá-la para comprar livros sobre o assunto e o resultado foi tão bom que inspirou a garota a escrever para ajudar outras crianças. “A psicóloga pediu a ela para escrever o que acontecia e o que ela sentia. Ela então começou a escrever, mas a ideia do livro só veio depois que viu outros já publicados sobre o assunto”, detalha. Hoje, Sophie escreve o “Stop bullying it is mean” e para ajudar outras crianças. Bullying por ser “brasileira” Em outro caso recente, no final de abril, a filha do brasileiro Jander Loureiro, que mora com a família em Jupiter, também foi vítima de bullying na escola.Segundo o pai, a garota de 11 anos estava em seu 5º ano na Hobe Sound Elementary School quando colegas começaram a chamá-la de imigrante desnutrida por ser brasileira. “Somos brasileiros, porém ela, o irmão e a mãe são cidadãos americanos”, pondera Loureiro que é de Manaus (AM). Loureiro conta que a filha já não estava querendo ir para aula por três dias. Os pais indagaram atá que a menina contou a verdade. “No dia seguinte, minha esposa mandou um bilhete para a professora e foi até à escola. Os professores então chamaram os pais dos colegas para conversar, mas eles não deram a mínima para o que estava acontecendo. Minha esposa disse então que, caso isso voltasse a acontecer, medidas drásticas seriam tomadas contra os pais. Depois disso, os alunos envolvidos foram suspensos e um deles foi transferido de escola, por não ser a primeira e nem a segunda vez que ele causava problemas. “Foi resolvido com sucesso, inclusive um dos alunos envolvidos mudou seu comportamento perante os demais alunos e a escola”, salienta. O filho mais novo de seis anos também chegou a defender vários coleguinhas de sala em situações que remetem a bullying pela nacionalidade. “Ele se envolveu em uma briga e quando fomos à escola, ficamos sabendo que ele estava defendendo outros colegas, hispanos e americanos, de americanos”, relata. A Lei Estadual requer que os distritos escolares adotem uma política com 14 componentes específicos que incluem meios de denúncia (incluindo anonimamente); meios de investigação; meios de notificar os pais; meios de comunicação de dados para o estado (BUL, HAR, UBL, UHR); instrução para alunos, pais, professores, escola, administradores, equipe de aconselhamento e voluntários escolares identificar, prevenir e responder ao bullying ou assédio e divulgação no Código de Conduta do Estudante e nos Manuais do Professor. Para mais informações sobre a lei, acesse www.fldoe.org/core/fileparse.php/7690/urlt/0070044-bullying.pdf Lei HB 7055 Mais de 100 projetos de lei sancionados pelo governador Rick Scott entrarão em vigor no próximo domingo, dia 1º de julho e dentre eles está a lei HB 7055 – que amplia a concessão de bolsas escolares pelo Florida's Hope Scholarship – dedicadas a alunos que enfrentam bullying ou assédio nas escolas públicas e que poderão ser transferidos para escolas particulares. É possível evitar O comportamento que leva à prática do bullying pode ser evitada com a observação atenta dos pais e da escola, e ambos acompanhando o dia a dia das crianças. Psicólogos e especialistas da área apontam para o foco especialmente nas crianças mais “fechadas”, tímidas e com dificuldade para fazer amigos. Elas tendem a ser o alvo do bullying com maior frequência. Essas crianças costumam ter dificuldade para pedir ajuda aos adultos e acabam não conseguindo se livrar das situações incômodas, ou até mesmo, tornando-se violentas e passando de agredida a também um agressor. O Gazeta News entrou em contato com o Florida Department of Education para se pronunciar sobre o assunto, mas até o momento da publicação não houve retorno.