Brasileiros se juntam em marcha contra a separação de crianças nos EUA

Por Arlaine Castro

foto Massachusetts Safe Communities Act
A marcha de Miami foi uma das 31 manifestações planejadas na Flórida, segundo o site Families Belong Together. Um encontro menor ocorreu em Palmetto Bay no sábado anterior, o único outro protesto irmão afiliado no condado de Miami-Dade. Os eventos foram realizados até o norte de Jacksonville e até o sul de Key Largo. Felipe Reis, um imigrante brasileiro de 20 anos e inscrito no programa Ação Diferida para as Chegadas Infantis (DACA), se dirigiu à multidão antes da marcha e disse que estava "orgulhoso de estar aqui hoje como um imigrante sem documentos e sem medo". Reis, que liderou o pedido "Abolir o ICE", disse que viveu muito de sua vida sob "medo constante" de deportação e não queria que a comunidade de imigrantes no sul da Flórida tivesse mais medo. Brasileira tenta tirar filho de abrigo após cruzar fronteira dos EUA "Nenhuma criança, nenhum pai e nenhuma mãe merece ser ameaçada ou levada e abusada por causa de seu status - porque eles estão buscando refúgio para suas famílias", disse ao jornal Miami Herald. Massachusetts Sobre a realidade atual de luta dos imigrantes na América, a brasileira Margareth Shepard disse ao Gazeta News que a participação de cada cidadão nos eventos de protesto e luta pela reunificação das famílias é a arma mais eficaz para pressionar o governo a resolver a questão. “Cada país tem legislações diferentes, porém tem um ponto em comum: a garantia os direitos das crianças. Elas são a parcela mais vulnerável de nossa sociedade. Se assistirmos passivamente seus direitos serem violados, nenhum outro direito assegurado no país estará garantido”, ressalta. Shepard compara a política de criminalização dos imigrantes com a prática do bullying, que isola e só prejudica as vítimas. “Se você se isola amedrontado será mais perseguido ainda. Um governo que é capaz de separar de suas mães crianças em fase de amamentação, é capaz de muitas outras atrocidades. Assim como é importante enfrentar o bullying, é fundamental lutar contra esta política cruel de separação das crianças”, destaca. Sobre os 51 menores brasileiros que se encontram espalhadas em abrigos pelo país, a vereadora pede o apoio dos Consulados brasileiros. “Eles (os representantes dos consulados) têm o direito legal de visitar estas crianças, as organizações brasileiras não têm este privilégio. Mais um motivo para a participação dos imigrantes brasileiros neste processo, trabalhar com os dois governos para garantir a segurança e o retorno destas crianças para suas famílias”, conclui. O Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes, virá aos Estados Unidos na próxima quarta-feira , dia 4 de julho, para acompanhar de perto os casos das crianças que imigraram ilegalmente com parentes e foram separadas de suas famílias. A informação foi divulgada na sexta-feira, 29, pela Agência Brasil. Leia mais sobre o tema em Estados processam governo Trump por separação de famílias na fronteira Ativistas programam protestos contra política de imigração por todo o país