Brasileiros se mobilizam para ajudar vítimas em MG, onde barragem se rompeu

Por Marisa Arruda Barbosa

Espírito Santo - A lama de rejeitos está seguindo para a Usina de Mascarenhas, em Baixo Guandu (Secom/Governo do Espírito Santo)

As notícias da lama tóxica percorrendo o Rio Doce e afetando cidades de Minas Gerais, chegando ao Espírito Santo, têm comovido brasileiros e pessoas de outras nacionalidades no sul da Flórida.

A catástrofe (leia mais detalhes) se deu depois do rompimento de uma barragem de rejeitos da mineradora Samarco, em Bento Rodrigues, distrito de Mariana, no dia 5 de novembro. Além de centenas de desabrigados, a lama tóxica está viajando pelo Rio Doce, e deve percorrer 853 km até chegar ao mar, de acordo com especialistas.

Quando Brunna Paris viu em reportagens sobre pessoas que sempre viveram à beira do Rio Doce que estavam passando sede, resolveu se mobilizar. “O conjunto de tudo me levou a tentar levantar dinheiro. A devastação, a contaminação da água, a esterilização do Rio Doce... Pensei que talvez eu pudesse arrecadar dinheiro, mandar para alguém no Brasil para comprar tudo em água e mandar para eles”, disse Brunna, que vive em Fort Lauderdale e é natural de Campo Grande (MS).

Através de um grupo no aplicativo WhatsApp, Brunna conseguiu arrecadar doações para mandar a uma amiga em São Paulo, que está enchendo dois caminhões para enviar para Minas Gerais. “Em 24 horas, consegui arrecadar $500 dólares entre as 20 pessoas que contatei”, comemora a corretora de imóveis. “Falei na minha academia, mostrei os vídeos para americanos e hispânicos e na quinta-feira vou buscar mais doações de pessoas que não são brasileiras e estão ficando comovidas”.

Em Pompano Beach, Patrícia Krauss Rezende e seu marido, Dr. Richard Silva, médico e dono da clínica Silva Medical Centre, também resolveram ajudar. Com amigos e familiares na região, Patrícia descobriu que um conhecido tem uma companhia de água que fica em Betim, chamada Ponto D’Água. A companhia se disponibilizou a enviar garrafões de água de 5 litros aos locais afetados mediante doações. Quando chegar às cidades, a empresa explicou por e-mail que contará com a ajuda de ONGS e igrejas para fazer a entrega da água mineral aos moradores de Governador Valadares e Mariana (Distrito de Bento Ribeiro).

“O problema da água é o maior, pois a lama atingiu o Rio, mas essas pessoas perderam tudo, até documentos”, disse Patrícia. “Muitos de nossos pacientes têm parentes e amigos na região de Governador Valadares. Por mais distante que seja, temos muitos vínculos”, disse Patrícia, que doou R$1000 e está iniciando uma campanha para arrecadar mais doações e fechar um frete.

Em Miami, Eliane Carotta e Luana Teves estão criando pontos de arrecadação de dinheiro em vários estabelecimentos da região. Na segunda-feira, dia 23, as caixas serão recolhidas e as remessas enviadas para uma pessoa em Belo Horizonte, que usará as doações para a compra de produtos de maior necessidade, como itens de higiene pessoal, primeiros socorros, etc.

“A pessoa enviará comprovantes e fotos da distribuição dos produtos”, disse Eliane. A campanha também terá uma caixa separada de doações para o resgate de animais.

Para ajudar:

• Interessados em participar da arrecadação para o frete da companhia Ponto D’água, entrar em contato com Patrícia, no Silva Centre (150 E. Sample Rd. Suite 230 – Pompano Beach, FL 33064. E-mail: info@silvamedcentre.com. Tel: (954) 943-9670. • Interessados em transferir dinheiro, entrar em contato com Brunna Paris, pelo telefone: (786)286-7039. • Pontos de arrecadação em dinheiro (até o dia 23 de novembro): Boteco - 916 NE 79th St, Miami, FL 33138 (procurar Angelo) Kone Sushi - 247 SE 1st St, Miami, FL 33131 (procurar Alan) Star Money Transfer – 1st SE 3rd Av, Suite 1870, FL 33131 (das 9am às 4pm, procurar Alan ou Martha).