Brazilian Day: nação imigrante brasileira celebra com paz e alegria em Manhattan

Por Gazeta Admininstrator

Há 23 anos a véspera do “Labor Day” (Dia do Trabalho), tem um sabor especial para a cidade de New York. E mais especial ainda para os brasileiros que vivem nos Estados Unidos. É quando acontece a maior celebração de brasilidade em todo o mundo, o “Brazilian Day”, uma festa que ganhou proporções tão gigantescas que até mesmo as autoridades norte-americanas não conseguem “entender” o porque desse incrível crescimento.
São, segundo dados da própria Polícia de New York (NYPD), mais de 1 milhão de pessoas circulando pelas oito quadras que se estendem pela 5ª Avenida, indo da 42nd street até a 50th Street.
Mesmo não sendo uma das maiores comunidades étnicas da cidade, os brasileiros da região e as caravanas que se deslocam para o evento todos os anos de diversos pontos do país, transformaram-na no maior “street festival” de New York.
Entretanto, muito além dos números eloqüentes que reafirmam a condição única do “Brazilian Day” é mesmo o povo brasileiro. Com sua alegria incontida, sua felicidade estampada sem medo de ser absolutamente feliz. Simplesmente pelo fator de “estar junto” com outros brasileiros, e curtir, ao lado dos conterrâneos, a comida, a música, as cores, as brincadeiras, sem falar na emoção de poder expor seus filhos a tudo que possa ser Brasil. Muitos desses filhos nascidos aqui e que, pela ordem natural das coisas, muito mais ligados ao universo cultural norte-americano, têm no Brazilian Day uma rara, quase surpreendente oportunidade de ver o nome do Brasil e nossas cores ocupando territorialmente o coração da cidade mais famosa do mundo.
Foi meu décimo-sétimo Brazilian Day. E meu olhar sobre a festa não poderia ter sido mais específico. Vi a festa emergir de uma singela, quase interiorana, celebração com algumas dezenas de brasilerios que simplesmente “morriam de saudade”, para alcançar o status de um evento que mobiliza centenas de profissionais em seu planejamento, execução, patrocínios, policiamento e segurança.
O que mais me impressiona?
É que ali, naquele momento incrível a organização norte-americana se curva ao “jeitinho brasileiro”. Um dos chefes de policiamento me confessa “It’s impossible. They build this thing in few hours. How can that be! How they do that!”
Quem anda pela 5a. Avenida à meia noite de sábado, nunca imaginaria que menos de 12 horas depois estaria montada uma estrutura imensa para receber a invasão doce, pacífica e bem comportada de 1 milhão de visitantes.
Sabemos que existem motivos para que a gente sofra e até se envergonhe com coisas e momentos de nosso país, mas há muitos mais motivos para se ter orgulho do Brasil e do povo brasileiro
Um desses motivos de orgulho, sem dúvida, fica evidente todos os anos no “Brazilian Day”.
Este ano, Bruno & Marrone, Jota Quest e Asa de Águia foram aplaudidos delirantemente, num das mais felizes combinações de elenco de todos os tempos. Em torno desses artistas, a festa conseguiu até o que vinha sendo difícil em anos anteriores: começar e terminar na hora exata prevista.
Ou seja: no “Brazilian Day 2007”, o “jeitinho brasileiro” também está incorporando a tão necessária disciplina e profissionalismo de nosso país adotado, os Estados Unidos.
E esse rio desagua num mar de harmonia e sorrisos.
Sem violência, com policiais americanos testemunhando sua satisfação com um nível quase inexistente de ocorrências (milagre brasileiro?) e com uma multidão verde amarela, como num retorno para casa após a conquista de mais uma Copa do Mundo, abraçados a seus amores, seus filhos, seus amigos, levaram para suas casas um coração mais feliz e menos saudoso.
O Brazilian Day é isso. Uma final de Copa do Mundo, todos os anos, onde a seleção brasileira sempre ganha!