BSO oferece curso de 3 meses a líderes comunitários brasileiros

Por Marisa Arruda Barbosa

mirelle dias com Al lemberti

Nunca é demais para o Broward Sheriff’s Office (BSO) tentar educar a comunidade de imigrantes brasileiros, explicando que os policiais estão aqui para proteger seus residentes, e não para deportar imigrantes indocumentados. Segundo policiais, o boato de que pessoas seriam denunciadas para a imigração, acaba fazendo com que crimes permaneçam sem serem denunciados, impedindo policiais de exercer sua maior missão: proteger.

Com a esperança de educar brasileiros sobre os procedimentos do BSO, um comitê especial montou o Citizen Academy for Brazilians, um curso para líderes comunitários brasileiros, que terá início no dia 14 de maio, e acontecerá sempre às segundas-feiras, das 6pm às 9pm, até o dia 6 de agosto, com exceção de feriados.

Dois policiais brasileiros em Broward farão parte da academia: Ricardo Braga e Mirelle Dias. A intenção é sempre ter alguém falando português. Mas o departamento de comunicação do BSO quer que pessoas se sintam confortáveis com policiais mesmo que não falem o idioma.

Durante as várias semanas de curso, oficiais do governo local e BSO explicarão como funciona o sistema judiciário, leis de tráfego, o papel da carteira de motorista internacional, tours pela prisão, discussões sobre a relação entre imigração e a polícia, operações especiais, entre outros temas. “Acredito que escolhemos o alvo certo ao convidar principalmente líderes religiosos a participarem da academia, pois muitos brasileiros frequentam igrejas e poderão aprender o que queremos passar à comunidade”, disse Ana Murillo, do Community Action Team.

De acordo com o departamento de comunicação do BSO, a oportunidade é aberta a todos que tiverem interesse em se inscrever. Essa é a primeira vez que um curso desse tipo é realizado a longo prazo, mas o BSO já organizou fóruns e eventos para envolver a comunidade.

“Nosso lema é sempre quebrar a ideia de polícia que as pessoas trazem de outros estados e países”, disse Keyla Concepción, do BSO Media Relations. O departamento já fez muitas tentativas de aproximação da comunidade, algumas bem sucedidas e outras nem tanto. “Tentamos mostrar que o que fazemos é aplicar as leis do condado e do estado, e não as leis federais, que são as de imigração”.